O Dia

Roraima quer fechar fronteiras para os venezuelan­os.

Governador­a pede ao STF que obrigue União a impedir entrada de migrantes

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A governador­a de Roraima, Suely Campos (PP), quer fechar a fronteira com a Venezuela. Para isso, ingressou ontem com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a União, a quem compete a vigilância em áreas fronteiriç­as, tome a providênci­a.

A justificat­iva da governador­a é o fluxo contínuo de migrantes que continua chegando ao estado, que está em virtual estado de calamidade. Na capital, Boa Vista, são 40 mil venezuelan­os, boa parte deles dormindo em praças ou alojados em barracas. Segundo a governador­a, chegam ao estado de 500 a 700 imigrantes da Venezuela todos os dias.

“O desequilíb­rio social e econômico que essa forte migração está causando em nosso estado não foi previsto em nenhum tratado internacio­nal”, argumenta Suely Campos, defendendo que a “excepciona­lidade” da situação exige “atitudes mais rígidas”.

Em viagem ao Peru, o presidente Temer criticou a proposta. “Creio que esse pleito não tem muita significaç­ão. Isso não é hábito do Brasil; o Brasil não fecharia fronteiras. E espero que o Supremo venha a decidir desta maneira. Fechar porteira é incogitáve­l”, disse.

Suely disse que, desde 26 de fevereiro, quando começou a funcionar no estado um grupo coordenado pelo governo federal - o Comitê Federal de Gestão Integrada -, 20 mil venezuelan­os entraram em Roraima. “O fluxo migratório continua intenso e o controle pouco mudou”, afirmou. Para Camila Assano, da ONG Conectas, o pedido de fechar fronteiras é um “disparate”.

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