O Dia

Atos em vários países lembram Marielle Franco

Manifestan­tes cobram respostas da investigaç­ão da morte da vereadora e seu motorista, que fez um mês ontem. Homenagens começaram às 6h e foram até a noite.

- BRUNNA CONDINI brunna.condini@odia.com.br Colaborou Bruna Fantti

Há um mês ecoa a pergunta: quem matou Marielle Franco e Anderson Gomes? A vereadora do Psol e o motorista dela foram mortos a tiros, no dia 14 de março, no Estácio, e até agora nenhum suspeito foi identifica­do.

Cobrando respostas das autoridade­s e com o intuito de que os assassinat­os não sejam esquecidos, várias cidades ‘acordaram’ ontem com manifestaç­ões, no chamado ‘Amanhecer por Marielle e Anderson’. As ações foram organizada­s pelo Psol e por movimentos sociais. Além do Rio, houve homenagens em mais de uma centena de cidades no Brasil e em lugares como Lisboa, Buenos Aires e Gotemburgo, capital da Suécia.

No Largo do Machado, antes das 6h, a praça já estava colorida com com bolas e cartazes com frases de Marielle como ‘Eu sou porque nós somos’ e ‘As rosas da resistênci­a nascem no asfalto’. Por todos os lugares se lia:’Marielle vive!’, ‘Marielle, Presente’ e ‘Anderson, Presente’.

“Ela teve 46 mil votos. E do nada tiraram uma representa­nte das minorias, assim como foi tirada, uma maneira covarde e brutal como foi”, disse Anielle Silva, irmã de Marielle, que estava no local usando uma camisa em que que estava escrito: “Lute como Marielle”.

No local, o deputado Marcelo Freixo falou da parlamenta­r e amiga pessoal. “Um mês. Estamos num misto de dor, saudade, luta, mas de força também. A Mari é impression­ante. Como essa menina me ensinou coisas na vida. Foram muitos anos de convivênci­a, muita proximidad­e, muito amor”, declarou visivelmen­te emocionado.”Digo que o sentimento é contraditó­rio porque nunca senti tanta saudade dela e nunca a percebi tão presente ao mesmo tempo. A dor aumenta a cada dia. Nada vai trazer ela de volta. Ainda hoje tem horas que acho que não aconteceu. É tudo muito violento. Está muito duro”.

Freixo comentou que Monica Benício, viúva da vereadora, não iria participar das intervençõ­es porque não tinha condições emocionais.E falou das investigaç­ões: “Nos cabe confiar no trabalho da polícia. E ao mesmo tempo criar instrument­os de pressão”.

À noite, os Arcos da Lapa foram o ponto de partida de uma caminhada em direção ao Estácio que reuniu milhares de manifestan­tes.

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SEVERINO SILVA MAÍRA COELHO Um manifestan­te deixa seu recado no local em que Marielle foi morta
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Protesto reúne pessoas que pedem ‘justiça’, no início da noite, na Lapa

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