Atos em vários países lembram Marielle Franco
Manifestantes cobram respostas da investigação da morte da vereadora e seu motorista, que fez um mês ontem. Homenagens começaram às 6h e foram até a noite.
Há um mês ecoa a pergunta: quem matou Marielle Franco e Anderson Gomes? A vereadora do Psol e o motorista dela foram mortos a tiros, no dia 14 de março, no Estácio, e até agora nenhum suspeito foi identificado.
Cobrando respostas das autoridades e com o intuito de que os assassinatos não sejam esquecidos, várias cidades ‘acordaram’ ontem com manifestações, no chamado ‘Amanhecer por Marielle e Anderson’. As ações foram organizadas pelo Psol e por movimentos sociais. Além do Rio, houve homenagens em mais de uma centena de cidades no Brasil e em lugares como Lisboa, Buenos Aires e Gotemburgo, capital da Suécia.
No Largo do Machado, antes das 6h, a praça já estava colorida com com bolas e cartazes com frases de Marielle como ‘Eu sou porque nós somos’ e ‘As rosas da resistência nascem no asfalto’. Por todos os lugares se lia:’Marielle vive!’, ‘Marielle, Presente’ e ‘Anderson, Presente’.
“Ela teve 46 mil votos. E do nada tiraram uma representante das minorias, assim como foi tirada, uma maneira covarde e brutal como foi”, disse Anielle Silva, irmã de Marielle, que estava no local usando uma camisa em que que estava escrito: “Lute como Marielle”.
No local, o deputado Marcelo Freixo falou da parlamentar e amiga pessoal. “Um mês. Estamos num misto de dor, saudade, luta, mas de força também. A Mari é impressionante. Como essa menina me ensinou coisas na vida. Foram muitos anos de convivência, muita proximidade, muito amor”, declarou visivelmente emocionado.”Digo que o sentimento é contraditório porque nunca senti tanta saudade dela e nunca a percebi tão presente ao mesmo tempo. A dor aumenta a cada dia. Nada vai trazer ela de volta. Ainda hoje tem horas que acho que não aconteceu. É tudo muito violento. Está muito duro”.
Freixo comentou que Monica Benício, viúva da vereadora, não iria participar das intervenções porque não tinha condições emocionais.E falou das investigações: “Nos cabe confiar no trabalho da polícia. E ao mesmo tempo criar instrumentos de pressão”.
À noite, os Arcos da Lapa foram o ponto de partida de uma caminhada em direção ao Estácio que reuniu milhares de manifestantes.