Os candidatos a herdar os votos do ex-presidente
> No campo da esquerda, a pergunta que se faz é: quem vai substituir Lula como o principal candidato à presidência das chamadas “forças progressistas”? O principal responsável por essa escolha, provavelmente, será o próprio líder petista, esteja ele dentro ou fora da cadeia.
No entanto, uma segunda pergunta é igualmente fundamental: Lula poderá transferir seus votos para o ungido? Se conseguir, isso certamente garantirá a presença do indicado no segundo turno.
“É claro que, mesmo preso, ele influenciará alguns votos. Mas não será como nas eleições de 2010 e 2014”, acredita Pucci. “Há uma visão negativa na sociedade sobre o Partido dos Trabalhadores como um todo; isso torna difícil para o Lula transferir votos, especialmente se ele não tiver a oportunidade de fazer aquela conversa face a face com o eleitor”.
UNIDADE?
De todo modo, os candidatos a herdeiros estão colocados: dentro do PT, o exgovernador Jaques Wagner, que disse na sexta-feira que só pensa em “Plano L, Lula Livre”, e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Além deles, Guilherme Boulos (Psol) e Manuela D’Ávila (PCdoB) - que foram solidários a Lula após ele ser preso, o que levou lideranças petistas a cogitarem uma candidatura unitária da esquerda e Ciro Gomes (PDT), que na sexta-feira pediu à Justiça autorização para visitar Lula em Curitiba.
Por fim, Joaquim Barbosa (PSB), cujo perfil de homem de origem simples é semelhante ao de Lula. Mas o ex-ministo do Supremo ainda não definiu se encara a corrida.