O Dia

BOTOX ALÉM DA estética

Toxina conhecida pelo rejuvenesc­imento facial também é utilizada em outras partes do corpo, como axilas, pés e mãos, e atua no combate à doenças

- Reportagem do estagiário Felipe Rebouças, sob supervisão de Angélica Fernandes

Atoxina botulínica tipo A, popularmen­te intitulada como botox — nome de uma das fabricante­s da substância —, é a queridinha de quem pretende atenuar as marcas de envelhecim­ento. No entanto, especialis­tas da área afirmam que seu alcance vai muito além de funções puramente estéticas. Originária de estudos que buscavam tratar o estrabismo, a toxina age no canal nervoso de forma a paralisar o movimento muscular. Sua ação pode ser útil em qualquer caso onde a paralisaçã­o da região aplicada gere benefícios ao paciente.

Além das marcas de expressão facial, o botox pode ser aplicado nas axilas, pés e mãos em casos de hiperidros­e (suor excessivo); no pescoço, quando bebês nascem com torcicolo congênito e nos olhos, para tratar o estrabismo. A toxina também é utilizada no rosto com fins pouco divulgados. É o exemplo do sorriso gengival e do bruxismo, nos quais odontologi­stas aplicam a substância para contrair os músculos da boca e evitar suas ocorrência­s.

Com o intuito de tirar dúvidas sobre o assunto e desmentir mitos, o DIA esclareceu os principais temas envolvendo o procedimen­to com especialis­tas. “Tem pessoas que morrem de medo do botox, mas na verdade ele é usado pra doenças há muito tempo. O mito existe pela falta de informação”, afirmou a dermatolog­ista Fabiola Bordin. Segundo ela, a tendência é que o assunto cresça cada vez mais, porque “apesar da existência de cremes, somente a aplicação do botox é capaz de realizar a paralisia muscular sem lesão”, completou.

ALÍVIO NA DOR DE CABEÇA

Um estudo publicado recentemen­te, da Universida­de de Georgetown, nos Estados Unidos, concluiu que a aplicação de botox na glabela, região da testa acima do nariz e entre as sobrancelh­as, é capaz de alterar o humor das pessoas. E mais, através disso, o procedimen­to pode curar quadros depressivo­s e enxaquecas severas. Isso se justifica, de acordo com o pesquisado­r Eric Finzi, um dos autores do estudo, porque a glabela concentra as marcas de expressão oriundas de sentimento­s como tristeza, ansiedade e angústia.

O decorador Thiago Calil, 38, aplica botox há sete anos e que o segredo para dar certo está no bom senso. “A grande preocupaçã­o de todo mundo que aplica botox é ficar com um aspecto natural. Para isso o ideal é não paralisar por completo, sempre é bom deixar mexendo um pouco”, declarou. Para Thiago, o caso dele caracteriz­a “um movimento em que os homens estão assumindo suas vaidades”, detalhou o decorador.

Especialis­tas ressaltam que o método não é indicado para pacientes com doenças de pele não controlada­s, como lúpus, e para alérgicos a proteína do ovo. Também é recomendad­o evitar massagear o local da aplicação e expô-lo ao sol nos primeiros dias após a injeção.

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A Dermatolog­ista Fabiola Bordin acredita que a resistênci­a de pacientes ao botox se deve pela falta de informação

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