Uma nova geração pede passagem
Com apenas dois treinadores acima dos 60 anos, clubes da Série A apostam na renovação à beira do campo
Aprimeira rodada do Brasileiro mostrou que
os medalhões perdem cada vez mais espaço nos clubes da Séria A e dão lugar à nova geração de treinadores nos principais times do Brasil. Dos 20 clubes que disputam esta edição, sete apostam em comandantes que nunca haviam iniciado a competição à beira do campo.
Evidenciando esse processo de renovação, apenas dez treinadores que começaram trabalhando no último Brasileiro conseguiram repetir a dose este ano, sendo seis deles pela mesma equipe — Guto Ferreira chegou a ser demitido do Bahia, mas voltou a coman- dar o time nesta temporada. Com 11 técnicos abaixo dos 50 anos, a média de idade caiu: de 49,25 para 48,25.
Contrastando com a filosofia da maioria dos clubes, alguns ainda apostam em treinadores mais experientes. Casos de Fluminense, com Abel Braga (65 anos), e Sport, com Nelsinho Baptista (67), os mais velhos entre os treinadores do Brasileirão e únicos acima da faixa dos 60 anos. Caso não fosse demitido do Flamengo 15 dias antes da primeira rodada, Paulo César Carpegiani, de 69 anos, seria o recordista.
Curiosamente, o escolhido para substituir Carpegiani
idadES doS TREiNadoRES
América-MG Atlético-MG Atlético-PR Bahia Botafogo Ceará Chapecoense Corinthians Cruzeiro Flamengo Fluminense Grêmio Internacional Palmeiras Paraná Santos São Paulo Sport Vasco Vitória 46 37 44 52 43 51 50 44 45 36 65 55 41 42 49 39 52 67 46 51 no Flamengo é justamente o técnico mais jovem da competição, Mauricio Barbieri (36 anos). Contratado ao Deportivo Brasil-SP no início do ano para trabalhar como auxiliar, ele acabou assumindo o time de forma precoce diante da falta de opções no mercado, mas a contratação de um nome mais experiente não está descartada. Thiago Larghi, do Atlético Mineiro, e Odair Hellmann, do Internacional, vivem situação semelhante.
O principal nome desse processo de renovação é Fábio Carille, que foi campeão brasileiro com larga vantagem em 2017, em seu primeiro ano à frente do Corinthians. Além disso, ainda faturou o Campeonato Paulista por dois anos consecutivos.
Zé Ricardo, Jair Ventura e Roger Machado são outros treinadores da nova geração que têm ganhado projeção no cenário nacional. Depois de bons trabalhos por Flamengo, Botafogo e Grêmio nos últimos anos, respectivamente, conseguiram espaço em outras grandes equipes por se enquadrarem em um perfil que tem agradado grande parte dos dirigentes, além de terem pedida salarial inferior aos nomes mais experientes.