Deputados perdem policiais militares de sua segurança
Agentes deverão se apresentar a secretaria e atuar na rua
Vários deputados estaduais foram atingidos pela determinação da Secretaria de Segurança de convocar 87 policiais militares até então cedidos à Alerj.
A publicação no Diário Oficial diz que a medida é necessária por causa da inadimplência da Casa Legislativa no pagamento dos agentes. Já a Alerj afirma que, por conta da crise econômica, o Estado deve R$ 378 milhões em verba de pessoal, e que por isso deve ser feito um encontro de contas. A assessoria do deputado André Ceciliano (PT), presidente interino da Alerj, informou que ele se reuniria com representantes da Secretaria de Estado de Fazenda para discutir a questão.
O deputado estadual Marcelo Freixo foi um dos parlamentares afetados com a medida, perdendo quatro policiais de sua escolta. “Tenho certeza de que o bom senso vai prevalecer. Com esse episódio da Marielle, não restam dúvidas de que a escolta é necessária”, disse o deputado que presidiu a CPI das Milícias. Ele também é escoltado por agentes de outras forças de segurança.
A também deputada e vice -presidente da CPI das Milícias, Cidinha Campos (PDT) também lamentou a determinação. “Não analisaram a necessidade de cada deputado. Tive enfrentamentos com milicianos, inclusive com um específico, que anda fortemente armado no Rio, e não levaram isso em consideração”, afirmou.
O deputado André Lazaroni (PMDB) foi outro afetado pela decisão — a assessoria do parlamentar disse que o policial lotado no gabinete atuava não só na segurança, mas também como consultor em projetos de Segurança Pública.
O deputado Paulo Ramos (PDT) perdeu o único policial militar lotado em seu gabinete. “Não houve estudo nem nenhum critério. Não seria mais profissional ter estudado os casos, mesmo que rapidamente, ao invés de tomar essa decisão de forma aleatória?” questionou.
De acordo com a Secretaria de Segurança, a devolução deve ser feita em 72 horas após dois meses de inadimplência no pagamento dos salários dos servidores cedidos. Foi com base nessa legislação que o secretário Richard Nunes pediu a volta de 87 dos 146 policiais que atuam na Alerj.