O Dia

Deputados perdem policiais militares de sua segurança

Agentes deverão se apresentar a secretaria e atuar na rua

- NADEDJA CALADO nadedja.calado@odia.com.br

Vários deputados estaduais foram atingidos pela determinaç­ão da Secretaria de Segurança de convocar 87 policiais militares até então cedidos à Alerj.

A publicação no Diário Oficial diz que a medida é necessária por causa da inadimplên­cia da Casa Legislativ­a no pagamento dos agentes. Já a Alerj afirma que, por conta da crise econômica, o Estado deve R$ 378 milhões em verba de pessoal, e que por isso deve ser feito um encontro de contas. A assessoria do deputado André Ceciliano (PT), presidente interino da Alerj, informou que ele se reuniria com representa­ntes da Secretaria de Estado de Fazenda para discutir a questão.

O deputado estadual Marcelo Freixo foi um dos parlamenta­res afetados com a medida, perdendo quatro policiais de sua escolta. “Tenho certeza de que o bom senso vai prevalecer. Com esse episódio da Marielle, não restam dúvidas de que a escolta é necessária”, disse o deputado que presidiu a CPI das Milícias. Ele também é escoltado por agentes de outras forças de segurança.

A também deputada e vice -presidente da CPI das Milícias, Cidinha Campos (PDT) também lamentou a determinaç­ão. “Não analisaram a necessidad­e de cada deputado. Tive enfrentame­ntos com milicianos, inclusive com um específico, que anda fortemente armado no Rio, e não levaram isso em consideraç­ão”, afirmou.

O deputado André Lazaroni (PMDB) foi outro afetado pela decisão — a assessoria do parlamenta­r disse que o policial lotado no gabinete atuava não só na segurança, mas também como consultor em projetos de Segurança Pública.

O deputado Paulo Ramos (PDT) perdeu o único policial militar lotado em seu gabinete. “Não houve estudo nem nenhum critério. Não seria mais profission­al ter estudado os casos, mesmo que rapidament­e, ao invés de tomar essa decisão de forma aleatória?” questionou.

De acordo com a Secretaria de Segurança, a devolução deve ser feita em 72 horas após dois meses de inadimplên­cia no pagamento dos salários dos servidores cedidos. Foi com base nessa legislação que o secretário Richard Nunes pediu a volta de 87 dos 146 policiais que atuam na Alerj.

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