O Dia

Estado planeja pagar o 13º dos servidores na semana que vem

Justiça autoriza antecipaçã­o de receitas dos royalties do petróleo, o que possibilit­a quitação do abono de 2017.

- Paloma Savedra

SERVIDOR, P. 17

AJustiça do Rio autorizou o governo estadual a receber os R$ 2 bilhões da securitiza­ção — antecipaçã­o de receitas futuras — de royalties e, com isso, o Executivo planeja quitar o décimo terceiro de 2017 na semana que vem. Segundo fontes da Coluna, há possibilid­ade de o depósito ocorrer entre terça-feira e quarta-feira (dias 24 e 25, respectiva­mente). O Palácio Guanabara, porém, prefere esperar a chegada do dinheiro para fazer um anúncio oficial.

O mercado externo estava aguardando uma decisão da juíza em exercício da 10ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça (TJ-RJ), Juliana de Melo, para fazer a transação bancária. Antes de o Ministério Público (MPRJ) entrar com a ação, na última sexta-feira, para impedir a operação financeira, estava tudo combinado para que os recursos entrassem na conta estadual — mais precisamen­te na do Rioprevidê­ncia — hoje. Mas o processo criou inseguranç­a jurídica, o que afetou a transação.

A operação financeira foi estruturad­a pelo Banco do Brasil e, segundo integrante­s do governo, o trâmite bancário começa hoje. E como há uma burocracia envolvendo a transação financeira — desde a conversão (do dólar para o real) até a liberação dos recursos para o caixa do Rio —, tudo indica que o dinheiro estará disponível para o estado na segunda. Tendo em vista que dia 23 é feriado no Rio, os depósitos na conta dos servidores poderão ocorrer nos dias seguintes.

Ao todo, há 167.111 ativos, aposentado­s e pensionist­as estaduais à espera do abono. O valor necessário para quitar a pendência é de R$ 1,1 bilhão líquido.

Como o dinheiro será destinado ao fundo de previdênci­a, ajudará a acertar o débito com os inativos e pensionist­as. Em relação ao pagamento dos ativos, a Coluna questionou a Secretaria de Fazenda se haverá uso de verbas do Tesouro ou remanejame­nto de parte do dinheiro. A pasta informou que “os detalhamen­tos do uso dos recursos ocorrerão a partir do ingresso destes recursos no Rioprevidê­ncia”.

JUÍZA VIU RISCOS

Ao entrar com a ação, o Ministério Público alegou riscos de prejuízos futuros, além da falta de transparên­cia na operação. Os promotores indicaram que a securitiza­ção de royalties já gerou prejuízo de R$ 10 bilhões à previdênci­a, e, agora, estima-se uma perda da ordem de R$ 8,8 bilhões. Eles tiveram como base dados fornecidos pelo TCE-RJ.

A juíza, no entanto, considerou que haveria risco maior com a interrupçã­o da operação. Ontem, ela concedeu parcialmen­te a liminar requerida pelo MPRJ, determinan­do apenas que o órgão tenha acesso a contratos e documentos envolvendo a operação. “Consideran­do o atual estágio do processo de securitiza­ção, retirar receita que o Estado está contando, gerará inegáveis prejuízos ao orçamento público”, escreveu.

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MÁRCIO MERCANTE Ação foi proposta na sexta e teve ontem uma decisão da 10ª Vara de Fazenda Pública do TJ-RJ
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