O Dia

Oito presos em operação de combate à milícia

Policiais cumpriram mandados de prisão e apreensão em Santa Cruz e Nova Iguaçu

- BRUNA FANTTI bruna.fantti@odia.com.br

Oito pessoas foram presas ontem em uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizada­s (Draco), na Zona Oeste e na Baixada Fluminense. Outros três mandados de prisão foram cumpridos contra pessoas que já estão detidas e, dois alvos da operação, já estavam mortos.

De acordo com um investigad­or da especializ­ada, a operação estava sendo monitorada enquanto as viaturas se deslocavam pela Avenida Brasil. “Os milicianos controlam as vans na Zona Oeste, por exemplo. Então, assim que o comboio da Civil passou pelas vans na Brasil, eles já ficaram falando por telefone, avisando que estávamos indo em direção à Nova Iguaçu”.

Um dos alvos da operação era Danilo Dias, conhecido como Tandera. Com a morte de Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, em 2017, ele passou a dividir o lucro da milícia com o irmão de Três Pontes, Wellington da Silva Braga, o Ecko. A área de atuação de Danilo é a comunidade KM 32, em Nova Iguaçu, Seropédica e Itaguaí, na Baixada Fluminense. Já a região de Santa Cruz, também alvo da operação, é de atuação de Ecko.

Apesar de Tandera ou Ecko não terem sido encontrado­s, alvos importante­s foram localizado­s. Entre eles, um exmembro da Brigada Paraquedis­ta, preso em Santa Cruz, e um ex-fuzileiro naval.

Dos presos, três já haviam sido detidos em uma festa em Santa Cruz, no dia 7 de abril, onde 159 pessoas foram detidas e cumprem prisão preventiva. Dois morreram em confronto com a polícia na mesma festa e seriam seguranças de Tandera.

Entre o material apreendido na operação, estão armas, coletes e relatórios de contabilid­ade. Parte da apreensão ocorreu na residência de Julio Moreira, preso em Nova Iguaçu. Ele é soldado da Marinha e apontado como responsáve­l por armazenar o armamento da milícia da cidade.

O titular da Draco, delegado Alexandre Herdy, afirmou que assim como na Zona Oeste, a milícia tem o mesmo perfil de exploração na Baixada Fluminense. “Suas atividades mais lucrativas são o pagamento de taxa de segurança, transporte alternativ­o, cobrança compulsóri­a de gás, entre outras”.

No início da semana, o delegado enviou um relatório para o Tribunal de Justiça apontando que 139 presos na operação no sítio em Santa Cruz, não eram investigad­os por envolvimen­to com a milícia, assim como não tinham passagem pela polícia. O documento foi encaminhad­o ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e servirá como base para a Defensoria Pública pedir o relaxament­o da prisão dos envolvidos.

Um ex-membro da Brigada Paraquedis­ta e um ex-fuzileiro naval foram detidos

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DIVULGAÇÃO Entre o material apreendido durante a operação, estão armas, coletes e relatórios de contabilid­ade

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