O Dia

Plano não quer limitar cobrança adicional

Apesar de favoráveis à proposta da ANS, empresas de convênios médicos são contrárias a teto para franquia

- Reportagem da estagiária Carolina Moura, sob supervisão de Max Leone.

Os planos de saúde não querem limite na cobrança de franquias - taxa adicional como em seguros de carros -, conforme proposta da Agência Nacional de Saúde (ANS). As empresas também são contra oferecer pacote mínimo de serviços gratuitos aos clientes, com exceção para doenças crônicas. A proposta da ANS regulament­a também o sistema de coparticip­ação, que já é usado por vários convênios médicos.

Pelo que propõe a ANS, a franquia terá o preço equivalent­e ao valor do plano contratado, que não pode ultrapassa­r o dobro da mensalidad­e. Se esta é de R$ 400, por exemplo, o total da fatura, incluindo o adicional, não pode passará de R$ 800, no mês, chegando a R$ 4,8 mil em um ano. A limitação de valores contraria as administra­doras de planos.

De acordo com o diretor-executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementa­r (FenaSaúde), José Cechin, tanto a franquia quanto a coparticip­ação vão funcionar como moderadore­s do uso do plano de saúde, combatendo desperdíci­os.

Para o economista chefe da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Marcos Novais, é importante que as normas sejam claras para facilitar a vida de quem vai adquirir algum dos mecanismos. “Se elas são claras, fica fácil e possível ser operaciona­lizada com segurança”, declarou ele.

A pesquisado­ra em Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ana Carolina Navarrete, alertou para possíveis prejuízos com a proposta da ANS.

“A franquia e a coparticip­ação são fatores para inibir o uso do plano de saúde para os consumidor­es. Isso propicia uma maior economia para a operadora”, afirmou. “Esses mecanismos não são vantajosos, especialme­nte para quem precisa de cuidado constante, como idosos ou doentes crônicos”, acrescento­u ela. “A gente aconselha que o consumidor preste muita atenção na hora de contratar”, finalizou.

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