Artista de circo detido acusado de pertencer a milícia tem prisão preventiva revogada
Ele é o primeiro dos mais de 100 presos a obter decisão de soltura pela Justiça
L A Justiça do Rio revogou ontem a prisão preventiva do malabarista Pablo Dias Bessa Martins, de 23 anos. Junto com outras 159 pessoas, Pablo tinha sido preso durante a festa no sítio, em Santa Cruz, no dia 7, acusado de ser miliciano. O artista é o primeiro dos presos a conseguir a liberdade.
Pablo possui viagem marcada para terça-feira, para Estocolmo, na Suécia, onde irá participar de uma turnê. A decisão da soltura é do juiz Eduardo Hablitschek, da 2ª Vara Criminal, que justificou o ato baseado não somente na falta de antecedentes criminais e na residência fixa, mas no fato de Pablo passar a maior parte do tempo fora do Brasil.
“O fator que o diferencia de todos os outros presos é a comprovação documental de que passa a maior parte de sua vida, atualmente, fora do país. Com isso, resta demonstrado a fragilidade dos laços que mantém em sua terra natal, especialmente o suposto envolvimento em atividade criminosa”.
Pablo mora na comunidade do Aço, em Santa Cruz, com a mulher, a também artista circense Jessica Carla Barbosa da Silva, e o filho. O casal estava na festa no dia da prisão mas, assim como todas as mulheres do local, ela foi liberada.
Quatro dias após a operação, o DIA divulgou a luta de Pablo para tentar provar sua inocência. Na ocasião, Jéssica afirmou: “Damos aulas para jovens replicando o que aprendemos no circo. Somos professores. Fazemos espetáculos para crianças de comunidades, em escolas para deficientes”.