O Dia

Aposentado, cão que a tuavaem a ções especiais nos presídios precisa deumlar

Aposentado por doença, Bruce, pastor alemão de elite da Seap, está à espera de adoção

- MARIA INEZ MAGALHÃES minez@odia.com.br

Acostumado à rotina do trabalho no Grupamento de Operações com Cães, da Secretaria de Administra­ção Penitenciá­ria (Seap), Bruce, um pastor alemão de quase 10 anos, se coloca a postos ao ver seus companheir­os cães e humanos se movimentar­em para a próxima missão. Só que ele não vai. Há um ano, esse é o dia a dia do Zero Um da secretaria, que foi aposentado devido a quatro hérnias lombares e torácicas.

O problema causa dores e dificuldad­es em andar, e Bruce tem se movimentad­o arrastando as patas traseiras. Vivendo no canil da Seap, os inspetores estão em busca de adoção para o cão. Ele tem todos os cuidados necessário­s, como garante a chefe do grupamento, Lúcia Helena Pimentel Rangel, mas todos querem que ele vá para um lugar mais confortáve­l, com mais espaço e atenção, digno de um guerreiro que serviu à segurança do estado por sete anos.

“Vê-lo querendo trabalhar e sem poder é de cortar o coração. O olhar dele de tristeza por não poder nos acompanhar nos deixa arrasados”, lamentou Lúcia. Segundo ela, todos os tratamento­s já foram tentados, inclusive acupuntura, mas sem sucesso. Cirurgia já foi descartada e até uma cadeirinha foi comprada para facilitar o cão a andar, mas ele não se acostumou a ela. Para amenizar o sofrimento, Bruce toma muitos remédios, à base de corticoide­s.

“Foi meu companheir­o. Fico muito triste em vê-lo assim. Se pudesse, o levaria para minha casa, mas tenho vários cachorros e gatos e não tenho espaço. O ideal é que Bruce tenha um lugar grande e só para ele”, disse Rangel. E ser filho único tem explicação. Bruce foi treinado para o combate, ou seja, ele não é um pet, mas é um cão com quem se pode conviver. “Vamos precisar fazer uma adaptação e acompanhá-lo sempre. Mas ele não vai atacar ninguém à toa e nem consegue mais correr, tadinho”, garantiu a chefe do grupamento.

Enquanto Bruce não encontra um lar, para amenizar a tristeza do peludo, que se empolga até quando ouve o barulho da viatura, os agentes brincam com ele dando alguns comandos de trabalho, como usar a luva de treino. “Ele adora e se diverte porque ainda não entendeu o problema dele. A brincadeir­a é como um prêmio para ele”, revelou a inspetora do canil Silvia Avelino, que o acompanha desde 2010.

Vê-lo querendo trabalhar e sem poder é de cortar o coração. O olhar dele de tristeza por não nos acompanhar nos deixa arrasados LÚCIA HELENA PIMENTEL, chefe do grupamento

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FOTOS DE DIVULGAÇÃO Agentes brincam com Bruce colocando a manga para ele morder, atividade corriqueir­a do trabalho
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Chefe do Grupamento de Operações, Lúcia Helena (em cima) garante que Bruce teve todos os tratamento­s. Inspetora Silvia (ao lado) acompanha o cão desde 2010

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