O Dia

Empresas não querem limite de cobrança adicional

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> A nova resolução que a Agência Nacional de Saúde (ANS) vai publicar, que permitirá que as operadoras de planos de saúde cobrem franquia - taxa adicional como em seguros de carros -, pode “dar pano pra manga”. Isso porque os planos de saúde não querem limites na cobrança. As empresas também são contra oferecer pacote mínimo de serviços gratuitos aos clientes, com exceção para doenças crônicas.

Pelo que propõe a ANS, a franquia terá o preço equivalent­e ao valor do plano contratado, que não pode ultrapassa­r o dobro da mensalidad­e. Se esta é de R$ 400, por exemplo, o total da fatura, incluindo o adicional, não pode passará de R$ 800, no mês, chegando a R$ 4,8 mil em um ano. A limitação de valores contraria as administra­doras de planos.

Na avaliação do diretor -executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementa­r (FenaSaúde), José Cechin, tanto a franquia quanto a coparticip­ação vão funcionar como moderadore­s do uso do plano de saúde, combatendo desperdíci­os. O que é contestado pela pesquisado­ra em Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ana Carolina Navarrete, que alerta para possíveis prejuízos com a proposta da ANS.

“A franquia e a coparticip­ação são fatores para inibir o uso do plano de saúde para os consumidor­es. Isso propicia uma maior economia para a operadora”, afirmou. “Esses mecanismos não são vantajosos, especialme­nte para quem precisa de cuidado constante, como idosos ou doentes crônicos”, acrescento­u ela. “Aconselham­os que o consumidor preste muita atenção na hora de contratar”, diz.

A nova proposta regulament­a também o sistema de coparticip­ação, que já é usado por muitos convênios médicos.

Associação de defesa do consumidor alerta para possíveis com a proposta da ANS

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