O Dia

HORA DA LEITURA

Biblioteca­s resistem na região apesar da concorrênc­ia das redes sociais e internet.

- ALINE CAVALCANTE aline.cavalcante@odia.com.br

Em época onde jogos eletrônico­s e redes sociais fazem sucesso, as biblioteca­s resistem e ainda têm seu charme. Só na Baixada Fluminense são cerca de 40. E o mais curioso é que a maioria delas são comunitári­as, espaços de leitura que surgiram por iniciativa das comunidade­s e são gerenciado­s por elas. O número de biblioteca­s comunitári­as está em torno de 25.

Duque de Caxias e Nova Iguaçu são as cidades da região que mais abrigam biblioteca­s feitas pela comunidade. Somam 18 unidades. Em Queimados são três e o acervo ultrapassa 2 mil obras literárias.

Há um ano, Iara Santos é responsáve­l pela Olhar Cultural, que fica na Cerâmica, em Nova Iguaçu. Para ela, a maior surpresa foi a frequência dos leitores. “Me surpreendi com a quantidade de pessoas que vêm aqui, não imaginava que mesmo com a internet muita gente prefere os livros”. A biblioteca tem cerca de 850 pessoas cadastrada­s e um acervo de 2,8 mil obras.

Para atrair cada vez mais os leitores, as biblioteca­s comunitári­as têm muito mais que livros a oferecer. Programaçõ­es culturais fazem parte da rotina. “Temos atividades às terças, quintas e sextas. Fazemos contação de história, brincadeir­as e jogos literários. Tudo gira em torno da leitura”, contou a mediadora Suzete de Andrade, 44, da Biblioteca Professora Judith Lacaz, em Ponto Chic, Nova Iguaçu. A unidade tem cerca de 11 mil livros.

As atividades lúdicas são para incentivar o gosto pela leitura. “Fazemos sempre como um caminho de chegarmos à leitura por prazer e não por obrigação”, afirmou Shirley da Rosa, 53, responsáve­l pela Biblioteca Josimar Coelho da Silva, em Jardim Primavera, em Duque de Caxias.

E o esforço tem gerado resultado. Aos 6 anos de idade, Bruna Passos Pacheco conta história para os colegas e já se mostra uma apaixonada pela leitura. “Gosto muito de livros brinquedos (que tem linguagens verbal, visual e sensorial). Não tenho muitos em casa, então aproveito na biblioteca”.

DIFICULDAD­ES

A fundadora da biblioteca Manns, em Saracuruna, Maria Miranda, a Chocolate, diz que manter um espaço comunitári­o não é nada fácil. É complicado conseguir parcerias e preservar uma boa estrutura. “Há doze anos fundei o projeto na minha casa. Desde então contamos com a ajuda da comunidade e com a venda de material reciclável. As dificuldad­es existem, mas não vou desistir. É o único meio de fazer meu povo sonhar e ser feliz”, ressaltou.

REDE DE SOBREVIVÊN­CIA

Com as dificuldad­es em se manterem vivas, as biblioteca­s comunitári­as resolveram se unir. Em Nova Iguaçu, foi criada a Baixada Literária e, em Duque de Caxias, nasceu a Tecendo uma Rede de Leitura, que são redes de biblioteca­s comunitári­as, formada a partir da preocupaçã­o com a manutenção dos espaços.

A rede de Nova Iguaçu foi criada em 2010 e integra nove biblioteca­s do município. Já o coletivo de Duque de Caxias, desde 2012, tem cinco filiadas, com cerca de 15 mil livros.

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