O Dia

Inativos vão à Justiça por licenças que não foram concedidas

TJ reconhece direto quando funcionári­o aposenta

-

Estabilida­de na carreira e garantias como a licença-prêmio são alguns dos atrativos que levam muitas pessoas a buscar uma vaga no setor público. Mas, no caso de servidores do Município do Rio de Janeiro e também do estado não é bem essa a realidade. Muitos deles, já aposentado­s, estão recorrendo à Justiça para cobrar indenizaçõ­es pela licença especial, por exemplo, ou até férias não concedidas quando estavam na ativa.

As decisões do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) só contemplam os inativos e não o pessoal que ainda trabalha. Isso porque, segundo o advogado especialis­ta em Direito Administra­tivo, Carlos Henrique Jund, houve mudança de entendimen­to sobre o tema.

“Inicialmen­te, a Justiça fixava indenizaçã­o para todos. Entretanto, houve uma mudança jurisprude­ncial e hoje se entende que só inativos têm direito, pois os ativos podem usufruir das férias ou das licenças até a data inicial da aposentado­ria, ou mesmo negociar com a Administra­ção Pública para obter deste tempo de não fruição a contagem em dobro para efeito de aposentado­ria”, afirmou.

Jund vem assinando diversas ações com esses pedidos e, de acordo com ele, há mais de 100 decisões favoráveis aos servidores desde o ano de 2015 até hoje.

É o caso do aposentado do estado Severino da Silva, 78 anos, que recebeu a indenizaçã­o em outubro do ano passado. “Me aposentei em 2010 como motorista da Fundação Leão XIII, e como não recebi duas licenças-prêmio, pedi na Justiça e ganhei o valor referente a seis meses. É um dinheiro que vai me ajudar principalm­ente a cuidar da saúde”, contou.

Já Luciana Catete, 40, que era professora da rede municipal de Educação, não esperou se aposentar: ela pediu exoneração, pois priorizou uma vaga no Ministério da Saúde. Como não conseguiu a concessão da licença especial quando era educadora no município, Luciana também entrou com ação e ganhou.

“Antes da exoneração, pedi a licença. Mas alegavam déficit de pessoal e que não teriam outro professor para me substituir nesses três meses”, disse.

 ?? MÁRCIO MERCANTE ?? Decisões do Tribunal de Justiça do Rio só contemplam os inativos e não o pessoal que ainda trabalha
MÁRCIO MERCANTE Decisões do Tribunal de Justiça do Rio só contemplam os inativos e não o pessoal que ainda trabalha
 ?? KALINE SOUZA ?? Segundo Carlos Jund, houve mudança de entendimen­to
KALINE SOUZA Segundo Carlos Jund, houve mudança de entendimen­to

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil