O Dia

DEVOÇÃO E FÉ NO SANTO GUERREIRO

Festejos para comemorar o Santo Guerreiro têm movimentad­o a cidade desde sexta-feira. Hoje, no seu dia, igrejas farão missas em diversos horários

- GABRIEL SOBREIRA gabriel.sobreira@odia.com.br

As homenagens a São Jorge movimentar­am a paróquia que leva seu nome, ontem, em Quintino. Hoje, dia do santo, a festa continua com missas nas igrejas, feijoadas e rodas de samba em vários pontos da cidade.

ODia de São Jorge é comemorado hoje, mas desde sexta-feira, o Santo Guerreiro é festejado pela cidade. Ontem, por exemplo, teve desde celebração com feijoada e shows com Péricles, Jorge Aragão, Belo e Arlindo Neto, entre outros, em diversos bairros do Rio até a tradiciona­l missa na Paróquia de São Jorge, em Quintino, com a presença de dezenas de fiéis que foram acompanhar a saída da estátua de São Jorge, que percorreu toda a cidade.

“O passeio da imagem de São Jorge pela cidade, de Vila Valqueire até a orla da Zona Sul, é para anunciar essa paz que tanto precisamos. É aquilo que o Papa Francisco disse: ‘Um homem e uma mulher sem esperança são mortos’. Nós temos que ter esperança de que um dia essa Cidade Maravilhos­a vai voltar a ser a cidade que ela merece como título de maravilhos­a mesmo. E não com esse medo de violência”, torce o padre Dirceu Rigo, pároco da Paróquia de São Jorge, que hoje, às 10h, realizará missa com o Cardeal Dom Orani João Tempesta e participar­á de procissão pelas ruas do bairro a partir das 16h.

Muitos devotos fizeram questão de levantar cedo no domingo, visitar a Paróquia de São Jorge e se antecipar à comemoraçã­o oficial já antevendo o concorrido festejo que acontece hoje. “Eu venho antes porque amanhã (hoje) é muito cheio. Acho que ele atende melhor, já que fica muito solicitado nessas datas. É muito pedido no dia”, brinca o professor Felipe Armando Siciliano, 37 anos, acompanhad­o da família.

Quem também aproveitou o domingo para agradecer suas graças alcançadas foi a pensionist­a Sarita Santos Leal, de 79 anos. “Vim pedir saúde e bênção para a minha família. Tenho oito filhos, 27 netos e 10 bisnetos. “E a família está aumentando. Esse ano ainda chegará mais um bisneto”, comemora a senhora emocionada. “Aproveito para agradecer que um dos meus netos saiu da vida errada. Ele tomou vergonha na cara e agora está no caminho certo”, completa ela, toda satisfeita.

Segundo o escrevente Rogério Garrido, de 44 anos, para conseguir assistir à missa no dia do Santo Guerreiro é preciso chegar à Paróquia por volta das 23h. “E pela família e filhos, nem sempre dá tempo de chegar nesse horário. Por isso, venho acompanhar a missa do dia anterior para louvar esse guerreiro, mas às 5h do dia 23 estou aqui com meu joelho no chão, mesmo que seja na chuva ou não, assistindo pelo telão”, afirma o devoto.

A aposentada Edelma Ferraz da Fonseca, 81 anos, diz que São Jorge representa tudo na vida dela. “Meu irmão, que faleceu, se chamava Jorge. Tenho um filho, que se chama Jorge e coloquei em homenagem a ele”, diz a moradora de Engenho de Dentro. “Amanhã (hoje) não venho, por causa da confusão. Mas vamos ver. Se alguém da minha família vier comigo, eu dou uma chegadinha aqui”, entrega, entre risos.

Da Pavuna para Quintino, a família Santos foi prestar homenagem ao seu padroeiro, que trouxe para o clã o herdeiro deles: o pequeno Teodoro. “Eu perdi uma gravidez e depois fiquei lutando para tentar engravidar de novo e vim aqui e fiz essa promessa para São Jorge para que viesse esse meninão aqui”, diz a supervisor­a administra­tiva Patrícia Santos, 42 anos, toda orgulhosa babando o filho Teodoro, de dois anos. “Todo ano, desde a barriga e também quando nasceu o trazemos aqui na Igreja”, conta o supervisor operaciona­l Sandro Santos, 42, também “babando” a cria.

A microempre­sária Maria Lúcia Correa, 58 anos, também se antecipou a fim de evitar o tumulto, foi até a paróquia para agradecer por uma causa especial. “Estou aqui pedindo para São Jorge afastar meu filho das más companhias. Ele é adolescent­e e eu sei que ele (São Jorge) vai me escutar e já me escutou. Já está afastando. Estou agradecend­o. Gosto de agradecer antes de realizar, acho que não fazemos mais do que nossa obrigação”, frisa a moradora da Freguesia.

O passeio da imagem de São Jorge pela cidade é para anunciar a paz que tanto precisamos.”

DIRCEU RIGO, padre da Igreja de São Jorge

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FERNANDA DIAS
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Início dos festejos de São Jorge na Paróquia de São Jorge em Quintino
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FERNANDA DIAS/ AGÊNCIA O DIA D. Sarita na Igreja em Quintino

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