O Dia

Câmara vai à Justiça para saída de prefeito de Mesquita

- GUSTAVO RIBEIRO gustavo.ribeiro@odia.com.br

A Procurador­ia da Câmara Municipal de Mesquita vai solicitar hoje ao Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) a definição de um prazo para que o vice-prefeito, Waltinho Paixão (Pros), assuma as funções do prefeito cassado, Jorge Miranda (PSDB). O Legislativ­o municipal argumenta que a cidade está sem governante desde o dia 17 de abril, quando a 19ª Câmara Cível revogou liminar que mantinha Miranda no cargo.

Jorge Miranda havia sido cassado pela Câmara no dia 1º de agosto de 2017, sob a acusação de ter descumprid­o a Lei Orgânica do Município. Cinco dias depois, ele obteve liminar favorável para retornar ao comando da cidade. Os vereadores entenderam que o prefeito não poderia ter contraído um empréstimo de R$ 14 milhões junto ao instituto de previdênci­a municipal para pagar salários atrasados sem consultar o Legislativ­o. Nove vereadores foram favoráveis ao afastament­o, dois contrários e um se absteve.

Em agosto, Jorge Miranda afirmou que não houve em- préstimo, e sim uma transferên­cia acordada através de um Termo de Ajustament­o de Conduta entre Ministério Público, Defensoria Pública e município. “Nesse acordo judicial, o Sindicato Estadual dos Professore­s do Rio de Janeiro (Sepe) e a Defensoria Pública eram autores, o Ministério Público opinou favorável e o juiz competente homologou. Portanto, não havia qualquer obrigação legal de submissão à Câmara. Essa espécie de transferên­cia de recursos não caracteriz­a operação de crédito, logo, não necessita de autorizaçã­o do Legislativ­o, como já ocorreu em outros casos pelo Supremo Tribunal Federal”, disse o tucano na ocasião.

Nos bastidores, a informação é de que o vice não tomou posse para evitar conflito com o prefeito, temendo nova liminar que devolva o cargo ao tucano. A prefeitura informou que Miranda continua no posto, pois não houve notificaçã­o judicial. “Todos os serviços e projetos continuam em pleno funcioname­nto e nenhuma agenda sofreu alteração”. Segundo o TJRJ, a notificaçã­o não cabe ao judiciário, já que a cassação foi determinad­a pela Câmara.

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