Flamengo embarca em clima de tensão
Seguranças impedem que o meia Diego seja agredido por grupo de torcedores. Atletas foram alvo de xingamentos e pipocas
Não é só dentro de campo que o Flamengo vive uma crise. Fora das quatro linhas a diretoria vem sofrendo duros golpes e a pressão no clube aumenta cada dia mais em todos os lados. Ontem à noite, no embarque para a partida contra o Ceará, em Fortaleza, um grupo de torcedores tentou agredir Diego e teve que ser contido por seguranças.
Foram dois protestos ontem. O mais pesado aconteceu no Aeroporto do Galeão, onde torcedores cercaram o ônibus da delegação que embarcaria para a capital cearense, atirando pipoca e xingando a maioria dos jogadores (alguns como Vinicius Junior e Juan foram poupados). E tentaram até mesmo dar tapas em Diego, o principal alvo das agressões.
A confusão foi grande e os seguranças tiveram muito trabalho para impedir as agressões ao jogador, em meio ao empurra-empurra. Alguns atletas se irritaram e discutiram com os vândalos quando já estavam na parte de dentro do aeroporto.
Antes desse clima tenso, pipocas e bananas foram jogadas no chão do Ninho do Urubu durante o treino. Duas faixas contra o elenco e Bandeira de Mello (“Presidente banana e Time pipoqueiro”) foram retiradas pela segurança.
“Acho que é um fantasma que estão criando e é desnecessário. Estamos vivos e lu- tando. Estão criando clima muito pesado. Na Libertadores não perdemos ainda. Não estamos nessa crise que todos estão falando”, afirmou Geuvânio horas antes do protesto.
Outra faixa de torcedores perguntava “premiação para quê?”, numa referência à reunião do Conselho Deliberativo na noite de quinta-feira, que aumentou a pressão sobre Bandeira. A diretoria teve uma derrota política importante ao precisar adiar a votação da aprovação das contas de 2017. O grande alvo da ira de muitos conselheiros, não apenas da oposição, foi justamente o dinheiro pago ao elenco como bonificação por resultados.
Os conselheiros criticaram os R$ 10 milhões pagos em bonificação a jogadores e comissão técnica pelo título carioca e por dois vices campeonatos (Copa do Brasil e Sul-Americana). Se antes da reunião existia a confiança da aprovação sem problemas, achou-se melhor adiar a votação, pois havia o risco da reprovação das contas.