O Dia

Veteranos veem quadro cada vez pior

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> ChicoAlenc­ar(Psol-RJ) chegou à Câmara dos Deputados em 2003. Está em sua quarta legislatur­a e, para ele, o Congresso atual foi “dominado pelos interesses ocultos das grandes corporaçõe­s, que compraram projetos de leis, blindaram parlamenta­res e modificara­m medidas provisória­s”. Professor de História por profissão, ele lembra Ulysses Guimarães, o qual dizia que “uma legislatur­a é sempre a pior, até vir a próxima”.

“As assembleia­s legislativ­as não foram muito diferentes em matéria de pequena política, de ‘toma lá, dá cá’. A síntese disso tudo foi essa janela de transferên­cia partidária, quando 85 parlamenta­res trocaram de partido e o que mais recebeu adesões foi o mais investigad­o na Lava Jato, o PP. É quase um deboche com a população”, diz.

Júlio Delgado (PSB -MG) lembra que, como tudo o mais no cenário político, a atuação do Congresso nos últimos anos foi pautada pelos desdobrame­ntos da Lava Jato. “Foi muito díficil fazer qualquer coisa que pudesse representa­r evolução para o povo”, admite o parlamenta­r, que chegou ao Congresso em 1999. “Tivemos foi uma involução no quesito trabalhist­a. Foram tirados direitos e garantias dos trabalhado­res e da sociedade”.

Para o parlamenta­r, a imagem do Parlamento, de fato, está no chão. “Nas eleições de 2010, o Tiririca falou ‘pior do que está, não fica’, mas ficou”.

Roberto Freire (PPS -PE), outro veterano, prefere defender o Congresso. “A crise da política brasileira é generaliza­da, cumprimos com o papel. Enquanto você tiver um Congresso aberto, funcionand­o, você tem a liberdade do cidadão e da cidadã garantida”.

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