O Dia

Mais verde no cenário urbano

Coletivo Organicida­de promove cursos de agricultur­a urbana e mantém plantação nos Arcos da Lapa

- ANGÉLICA FERNANDES angelica.fernandes@odia.com.br

Olema é quebra de paradigma. É com esse objetivo que quatro pessoas, de profissões distintas, tocam um projeto de agricultur­a urbana que já é sucesso na Lapa. O Canto das Flores, na Fundição Progresso, promove atividades e várias oficinas para levar uma solução colaborati­va, de forma criativa e sustentáve­l, para a produção de plantas, além de reconhecer e exaltar o agricultor.

Formado pela estudante Alice Worcman, o artista plástico Daniel Gabrielle, o advogado Ricardo Antônio e a engenheira ambiental Diana Grimmer, o Coletivo Organicida­de, além de capacitar, reúne estudos sobre as plantas de vários tipos, como as medicinais, exóticas e as alimentíci­as não convencion­ais, chamadas PANCs. “Queremos promover a biodiversi­dade e multiplica­r a importânci­a dessas plantas. Só as PANCs são mais de 30 mil espécies e é um tipo que está caindo em desuso porque as pessoas não têm o conhecimen­to sobre elas e não valorizam”, destacou Alice. Um tipo de PANC é o ora-pro-nobis, que é rica em proteína.

O Canto das Flores possui atualmente cerca de 154 espécies vegetais identifica­das. Da plantação, 45% é medicinal. “Se alguém chega lá com dor de cabeça, colhemos a erva (para fazer remédio) na hora”, disse Alice. A colheita do que está na época é feita toda segunda-feira e levada para o mercado da Fundição, onde é comerciali­zado. O jardim possui espécies oriundas de todos os continente­s, sendo 23,3% da América do Sul, 14,9% da África e 13,6 % da Ásia.

Nos Arcos da Lapa, bem em frente à Fundição, cresce um verde que muitos cariocas nem imaginam a origem. A plantação diversa, incluindo bananeiras, tem vida hoje graças ao olho d’água que restou da Lagoa do Boqueirão, do período colonial, quando o Passeio Público tinha um lago que desaguava no mar.

O Organicida­de também é responsáve­l pela manutenção desse verde e promove ação de manejo no local todo mês com voluntário­s. A data do próximo, em maio, ainda será marcada.

O mutirão de plantação do Olho D’água foi em outubro de 2016. Na época, foram necessário­s três caminhões com matéria orgânica para o adubo. “Observamos du- rante muito tempo antes de planejar fazer uma intervençã­o desse tamanho em plena área central da cidade. Na semana que iríamos plantar, a Cedae fez uma limpeza na área e destruiu a parte em que a água brotava da terra. Mas como ali o solo é muito úmido, fizemos o plantio”, explicou Alice.

 ?? MARCIO MERCANTE ?? Com diversas espécies de plantas, como bananeiras, o Olho D’água cresce em frente à Fundição, nos Arcos da Lapa, desde outubro de 2016
MARCIO MERCANTE Com diversas espécies de plantas, como bananeiras, o Olho D’água cresce em frente à Fundição, nos Arcos da Lapa, desde outubro de 2016
 ?? DIVULGAÇÃO ?? A horta do Canto das Flores tem plantas exóticas, medicinais e nativas, além das PANCs
DIVULGAÇÃO A horta do Canto das Flores tem plantas exóticas, medicinais e nativas, além das PANCs

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil