Sob pressão, Fla tenta sair da crise
Após protesto violento de sexta-feira, Rubro-Negro sabe que só vitória sobre o Ceará no Castelão vai devolver paz ao grupo
Uma semana conturbada terminou da pior maneira possível e colocou uma pressão ainda maior sobre os jogadores. Após a confusão no embarque na noite de sexta-feira, com tentativa de agressões de torcedores, a delegação rubro-negra ainda sofreu com protestos na chegada a Fortaleza e foi mais uma vez recepcionada com pipocas. É nesse clima de tensão que o Flamengo enfrenta o Ceará, às 16h, no Castelão, precisando vencer para tentar acalmar a torcida.
A experiência na sexta-feira assustou e irritou os jogadores. Diego Alves era um dos mais contrariados em Fortaleza. O goleiro, inclusive, teria jogado um copo de café nos torcedores durante o tumulto no Aeroporto do Galeão. Já Diego, principal alvo da ira e que quase foi agredido no Rio, teve uma trégua com alguns rubro-negros que estavam no mesmo hotel da delegação, tirou fotos e recebeu apoio ontem em Fortaleza.
CLUBE REPUDIA ATITUDE
Ontem, o Flamengo se posicionou sobre o incidente e protestou contra “a atitude absurda de alguns torcedores organizados que estiveram no aeroporto para intimidar e tentar agredir os atletas”. Na nota, o clube ainda reforçou que não vai aceitar atos de intimidação, mas não falou se irá tomar alguma atitude contra os vândalos.
De qualquer maneira, os jogadores entrarão em campo hoje mais pressionados por um bom resultado. Há a preocupação do que pode acontecer em caso de um novo tropeço. Certo é que o grupo se sentiu exposto após o incidente e não se vê seguro. A segurança será reforçada no desembarque de amanhã.
Pelo menos ontem o dia foi de tranquilidade. A equipe treinou no CT do Fortaleza com portões fechados, mas recebeu o carinho de crianças da escolinha do clube, que puderam entrar, e de alguns torcedores que ficaram fora do local do treino e no hotel onde a delegação está concentrada.
Em baixa, o Flamengo tenta recuperar a confiança dos rubro-negros até o duelo contra o Emelec, dia 16. Para isso, além de mostrar um bom futebol, o time precisará de algo mais em campo. Conhecido como Deus da Raça pelos rubro-negros, Rondinelli vê exatamente isso em falta.
Insatisfeito com as atuações da equipe, o ex-jogador, autor do gol do título carioca de 78 sobre o Vasco, quer mudança na atitude. “Esses jogadores são de grande valia, mas não têm o DNA e não entendemosentidodaverdadeiraessênciadoFla”,desabafou.
Rondinellivêqualidadenos atuais jogadores, mas pede mais vontade: “Nós estamos passando vergonha como torcedores. A qualidade deles é indiscutível, mas não têm o perfil para vestir a camisa do Fla. Onde eles pensam que estão? A minha geração tinha entrega, deixava tudo em campoesaíamosaplaudidos”.