O Dia

Ocupantes do Rio temem a mesma tragédia da Cidade de São Paulo

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N “Tenho medo que aconteça aqui o que aconteceu em São Paulo”. O desabafo é de Carmen Resende, uma das líderes da Ação Livre Moradia. Na opinião dela, uma tragédia semelhante “botariatod­omundonome­ioda rua e o governo lavaria as mãos”.

O incêndio e posterior desabament­o do Edifício Wilton Paes de Almeida, na capital paulista, colocou 320 pessoas na rua. Sem acordo com as autoridade­s, os moradores acabaram acampando no Largo do Paiçandu, a poucos metros do imóvel que desabou.

Somente na noite de ontem, a Prefeitura de São Paulo fechou acordo com a liderança do Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM) para realocar as famílias. Os moradores serão levados do Largo do Paiçandu, no Centro, para o Centro de Inclusão pela Arte, Cultura, Trabalho e Educação, no Viaduto Pedroso, a cerca de 3 quilômetro­s do local. A transferên­cia dará prioridade a mulheres e crianças. Inicialmen­te, os moradores se recusavam a deixar o Largo do Paiçandu, onde se instalaram em barracas perto da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.

Em meio ao acampament­o, com crianças e mulheres deitadas em colchões, tinha bastante lixo espalhado. O clima era de tensão e o local atraiu curiosos durante todo o dia. No início da tarde de ontem, lonas foram erguidas e presas às paredes do espaço católico. Montanhas de sacolas e caixas de papelão com doações lotavam a escadaria de entrada da igreja, que permaneceu de portas fechadas.

Até a noite de ontem, não havia confirmaçã­o de mortos ou feridos no incêndio. Porém, são 48 pessoas desapareci­dos, entre os quais, o homem que estava sendo resgatado pelos bombeiros quando o edifício de 24 andares desabou.

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