Incêndio atinge barracão de escolas de samba
Homem salvou idoso e cão que moravam no galpão. Testemunhas acham que moradores de rua iniciaram chamas ao manusear fios
Um incêndio de grandes proporções atingiu um galpão, na Avenida Brasil, perto do Viaduto do Gasômetro, na manhã de ontem. O estabelecimento reunia alegorias das escolas de samba Unidos da Ponte e Lins Imperial. O terreno era da Império da Tijuca, mas teria sido cedido para as outras duas agremiações. Ao lado do depósito, há um galpão de combustíveis. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 6h30.
Segundo testemunhas, as chamas teriam sido provocadas por moradores de rua que manuseavam e queimavam fios encostados no muro do galpão. Identificado apenas como Alberto, um idoso, de 86 anos, foi retirado do local antes do fogo se alastrar. Ele moraria no galpão há um mês. “Acordei com explosões. Se não fosse o dono do bar (que socorreu o idoso), eu tinha morrido queimado. O fogo começou na Av. Brasil e se alastrou aqui para dentro”, completou.
Alberto vivia no depósito com um gato e um cachorro. A Guarda Municipal encontrou o gato com queimaduras e o levou para a Clínica Veterinária da Mangueira. O cachorro foi resgatado. O comerciante Nei Silva, de 65 anos, relatou que houve muita correria no local no momento do incêndio.
A fumaça foi vista em diversos pontos da cidade, inclusive da Ponte Rio-Niterói. Segundo o Centro de Operações Rio, a pista lateral da Avenida Brasil foi interditada entre 6h30 e 8h40, e houve retenções.
O presidente da Unidos da Ponte, Rozemberg de Azevedo, disse que esculturas soltas e parte da estrutura foram atingidas. Ainda de acordo com o comunicado, “não foi possível calcular os prejuízos, mas a diretoria da escola já está mobilizada no sentido do recuperar os danos e retomar os preparativos do Carnaval 2019”. Já o presidente da Lins Imperial Flávio Mello, no Facebook, disse que “a Lins Imperial não sofreu dano”.
Para o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros, Roberto Robadey Costa Júnior, esse tipo de incidente acontece devido à falta de prevenção. “Esses locais muitas vezes são ocupações irregulares, ou possuem conexões irregulares. Se tivessem passado por avaliação do Corpo de Bombeiros, haveria como evitar esse tipo de problema”, afirmou ele.