INOCENTE É LIBERTADO
Leandro Luiz do Livramento foi preso quando renovava Carteira de Identidade no Detran
Preso há dez dias, depois de ser confundido com um bandido morto, Leandro Luiz do Livramento foi solto ontem à tarde. “Minha vida virou de cabeça pra baixo de repente”, disse ele, em meio aos amigos e parentes que foram abraçá-lo.
Foram dez dias de tristeza e solidão que pareciam não ter fim. Depois de ser preso por engano no último dia 24, confundido com um bandido morto em 2014, Leandro Luiz do Livramento, que cursa duas faculdades e é funcionário de uma loja de departamentos, foi solto ontem do presídio Evaristo de Moraes, em São Cristóvão, na Zona Norte. Recebido por amigos e familiares que o esperavam desde cedo na porta da penitenciária, Léo, como é conhecido, se mostrou aliviado com o desfecho da situação.
“Eu cheguei a desacreditar que sairia da cadeia. Minha vida virou de cabeça para baixo de repente. No dia em que fui preso, tinha ido para a academia e estava tirando a segunda via da Carteira de Identidade quando dois policiais vieram até mim dizendo que tinham um mandado de prisão. Até agora minha ficha não caiu. Não consigo acreditar que vivi tudo isso”, declarou Léo.
Os momentos dentro da penitenciária foram “um pesadelo sem fim”, segundo Leandro, de 32 anos. Para ele, que disse nunca ter entrado em uma delegacia, o isolamento era o principal motivo de tristeza. “Na prisão nós não temos contato com o mundo e por isso o tempo demora muito a passar. Fiquei em choque, não conseguia dormir, comer e nem tomar banho. Eu aprendi que a gente não dá valor às coisas, desde a liberdade até ter algo diferente, como um refrigerante para beber”,
Advogado explica que Leandro ainda terá de responder ao processo em liberdade
contou.
Segundo o advogado Washington Luiz Tavares, Léo responderá ao processo em liberdade. O pedido de prisão aconteceu depois que o bandido Leandro de Souza Rodrigues cadastrou uma linha telefônica no nome do estudante.
“Ele (Léo) vai ser absolvido. Teremos testemunhas e estou pedindo uma perícia da voz do criminoso para comparar com a do meu cliente. Se ele quiser processar o estado isso só acontecerá mais para frente. Primeiro a parte criminal tem que ser resolvida”, esclareceu o advogado.