Delegado diz que não tem indício de autoria de ataque a ônibus
N “A verdade é que não temos nenhum, ou temos muito poucos, indícios da autoria do ataque”. Quem admite é o delegado Helder Lauria, da Delegacia de Laranjeiras do Sul, no Paraná. Foi na estradaqueligaacidadeaQuedas do Iguaçu que um dos ônibus da caravana de Lula foi atingido por dois tiros. “É um trecho de 70 quilômetros e só tem duas câmaras”, lamenta o policial.
De fato, é muito pouco o que a Polícia Civil sabe do crime. Apenas a perícia ofereceu algumas indicações, apesar de Lauria já ter ouvidomaisde30testemunhase aindapretenderouvirpelomenos duasdezenas.“Ninguémsereferiu a ter visto algum carro passando pelo local. E a posição do tiro também deu indicações de que foi uma emboscada feita por alguém que aguardou a passagem dacaravanaefezosdisparos”,diz. “Éumainvestigaçãolenta,muitas testemunhas de fora do Paraná”, diz, sem esconder o desânimo.
Lauria diz que as principais suspeitas de autoria se referem a integrantes de grupos antipetistas. “Levantamos muita gente que falava em ‘se passar aqui, vou mandar bala’, mas é difícil saber o que é só bravata e o que devemos levar a sério. Há grupos do Paraná, mas não exatamente da região, que investigamos mais de perto. A linha principal é a de um ataque praticado por grupos dirigidos politicamente contra Lula”, diz.
O coordenador da caravana, Marcio Macedo, lembra que as ameaçasmarcaramtodosospassos dos aliados de Lula pelo Sul. “Já na primeira cidade tinha uma estrutura de uma milícia armada, de umas 20, 30, 40 pessoas que acompanharam o percurso da caravana, jogando pedras, provocando... Provavelmente, veio desses grupos as tentativas de atentadose,finalmente,ostiros”.
Segundo Macedo, o grupo era auxiliado por setores específicos. “Em alguns momentos, os ruralistas entravam e reforçavam, outros momentos a turma do MBL e em outros momentos a turma do Bolsonaro, que era a mais presente, provocando, jogando ovo. Até que veio essa tentativa de homicídio”.