Goleada para devolver paz ao Vasco
Após dias de muita pressão, time faz ótimo segundo tempo em São Januário, vira pra cimado América-MG e vai à vice-liderança
Após deixar o gramado de São Januário sob vaias ao fim do primeiro tempo, com a derrota parcial de 1 a 0 para o América-MG, o Vasco justificou os aplausos dos 3.311 torcedores pagantes com a goleada de 4 a 1, de virada. Rafael Moura, de pênalti, abriu o placar. Das dez finalizações do Cruzmatino no segundo tempo, quatro entraram, com Bruno Cosendey, Caio Monteiro, Andrés Ríos e Kelvin.
Em ebulição política — 13 vice-presidentes do clube deixaram o cargo, incluindo o de futebol, Fred Lopes —, o Vasco entrou em campo pressionado e sob muita desconfiança após a derrota de 4 a 0, em casa, para o Cruzeiro, que decretou a eliminação na fase de grupos da Libertadores.
A invasão de cerca de 40 integrantes de organizadas no treino de sexta-feira, em São Januário, se refletiu no comportamento da equipe e da torcida. Apreensivo e disperso, o Vasco errou demais com e sem a bola. O América-MG se aproveitou da insegurança para chegar com perigo. O pênalti infantil de Thiago Galhardo sobre Norberto resultou no gol de Rafael Moura, aos 30 minutos.
Impaciente, a torcida cobrou, pediu em coro a saída de Wellington e vaiou toda a equipe ao fim do primeiro tempo. O Vasco da virada, entoado historicamente nas arquibancadas, reapareceu com força no segundo tempo. Nos primeiros segundos, Andrés Ríos acertou a trave, após cruzamento de Rafael Galhardo.
Pouco depois, foi Werley que quase empatou. Mas este momento estava destinado a Bruno Cosendey, destaque no lugar do machucado Thiago. Ele escorou o cruzamento de Caio Monteiro, aos 11. Aos 17, Cosendey devolveu a assistência para Caio marcar o segundo gol do Vasco.
KELVIN À LA VAN PERSIE
Recuperado de uma grave lesão no joelho esquerdo, Kelvin aproveitou muito bem a segunda chance. O atacante, que não jogava desde junho de 2017, reestreou na derrota para o Cruzeiro, mas fez a diferença na construção da goleada sobre o Coelho.
Primeiro na bela jogada individual que gerou o gol de Andrés Ríos, aos 33, e depois no golaço de cabeça à la Van Persie, na vitória da Holanda por 5 a 1 sobre a Espanha, na Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Vitória para decretar uma trégua na Colina.
Foi difícil pra caramba. Quem já passou por isso (grave lesão) sabe como é. Estou sem palavras, foi um dia especial, que consagrou a minha volta”
KELVIN