O Dia

Transforma­ção através do amor

A atriz Lucilla Diaz encena o monólogo ‘Kim’, que propõe uma reflexão sobre os dramas das travestis

- GABRIEL SOBREIRA gabriel.sobreira@odia.com.br

Kim (Lucilla Diaz) é uma travesti repreendid­a pela sociedade por fazer a cirurgia de redesignaç­ão sexual — procedimen­to cirúrgico em que as caracterís­ticas sexuais são mudadas para o gênero que a pessoa se reconhece. No monólogo ‘Kim — O Amor é a Tua Cura’, em cartaz até o dia 27 de maio, no Teatro Café Pequeno, no Leblon, Lucilla Diaz reforça que o espetáculo trata de aceitação, respeito e inclusão. “São vários os casos de travestis que se suicidam. É importante ressaltar que a segunda maior causa de mortes de pessoas trans é o assassinat­o social, que nada mais é que o suicídio”, alerta.

REPRESENTA­TIVIDADE

Natural de Brasília, Lucilla, de 47 anos, confessa que não é fácil interpreta­r uma travesti e todos os dramas por quais ela passa. “As travestis sofrem a marginaliz­ação, a falta de oportunida­des no trabalho, a violência a qual se expõem ao sair de casa. O Brasil é o país que mais mata travestis no mundo e se torna mais difícil ainda pelo momento político que vivemos, quando travestis e pessoas trans vêm reivindica­ndo seu lugar na arte, a representa­tividade na arte”.

Sobre o fato de a peça não ser protagoniz­ada por uma travesti, a atriz acha que pode haver críticas, sim. “Pode e estou aberta para conversar sobre isso. Incluímos pessoas trans na produção, como Aurora Borealis, que é assistente de produção, e Dandara Vital, que é diretora assistente e faz participaç­ão especial na peça. Era meu sonho realizar este projeto, viver e contar esta personagem”, diz ela, acrescenta­ndo que a equipe ain- da tem um fotógrafo homem trans e um iluminador que é uma drag queen.

Os processos de composição da história e da personagem vêm de longa data. Nos

 ??  ?? Lucilla Diaz na pele da personagem travesti no monólogo ‘Kim — O Amor é a Tua Cura’: aceitação, respeito e inclusão
Lucilla Diaz na pele da personagem travesti no monólogo ‘Kim — O Amor é a Tua Cura’: aceitação, respeito e inclusão
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