O Dia

Restos mortais somem no Cemitério Tanque do Anil

Polícia tenta localizar ossada de padeiro, que teria desapareci­do em Caxias

- FRANCISCO EDSON ALVES falves@odia.com.br

Afamília do padeiro José Januário de Araújo, morto aos 69 anos há pouco mais de uma década, registrou queixa na 59ª DP (Duque de Caxias), pelo suposto desapareci­mento dos seus restos mortais no Cemitério Nossa Senhora das Graças (Tanque do Anil). A filha de José, a corretora de imóveis Gleyci Araújo, alega que segunda-feira parentes foram pagar a taxa de manutenção da sepultura (de quase R$ 400), localizada em uma gaveta da parte vertical no alto do cemitério, mas não acharam o túmulo.

“Um descaso. Desrespeit­o total. Estamos indignados e exigimos a localição da ossada”, desabafou Gleyci, explicando que os ossos do pai estavam há quatro anos no cemitério, transferid­os de outro.

Até o fechamento desta edição, o DIA não conseguiu contato com a direção da Concession­ária AG-R EYE Obelisco Serviços Funerários Ltda, que administra o cemitério e outros quatro na cidade. Em vídeo obtido pela reportagem, gravado por familiares do padeiro na hora em que foram cobrar explicaçõe­s, uma funcionári­a do cemitério argumentou que “cabem às famílias saber onde ficam túmulos”.

“Como, se sumiram com a identifica­ção?”, rebateu Gleyci, afirmando que funcionári­os sugeriram que ela abrisse gavetas para tentar localizar os ossos do pai. “Recusei. É crime”.

A 59ª DP registrou o caso como destruição, subtração e ocultação de cadáver, que prevê reclusão e até três anos e multa. A polícia apura ainda denúncias de que haveriam outras ossadas sumidas em consequênc­ia do temporal que fez desmoronar parte dos túmulos em fevereiro. No dia 27 daquele mês, a chuva provocou cenas de horror: ossos humanos e pedaços de caixões se espalharam na Rua Marechal Bento Manoel, causando consternaç­ão e pavor. Na época, a Prefeitura de Caxias multou a concession­ária AG-R EYE.

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