O Dia

MENOS EMPREGOS

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Dizer que o Estado do Rio vive uma crise econômica sem precedente­s não é novidade, mas o que talvez poucos saibam é que a crise que afeta o setor de infraestru­tura é muito mais profunda. E isso é facilmente demonstrad­o se olhamos um dos mais importante­s indicadore­s do setor: a geração de empregos.

A construção de infraestru­tura sempre foi a mola mestra na geração de empregos no Rio e no país. E os números deixam claro a tragédia fluminense. O estado passou a um patamar inferior a 2006. Enquanto no Brasil a queda do número de postos de trabalho entre março de 2017 e março de 2018 foi de 3,9%, no Rio chegou a 11%.

Perdemos 87 mil postos entre 2014 e março de 2018. Como estamos falando de empregos diretos, isso significa que, no mínimo, 87 mil famílias ou cerca de 350 mil pessoas perderam fontes de receita. É importante lembrar que, hoje, face às convenções coletivas assinadas entre sindicatos patronais e laborais, as empresas são obrigadas a fornecer vale-transporte, alimentaçã­o e em muitos casos planos de seguro saúde. Para 87 mil chefes de família, isso acabou.

Por outro lado, vemos no município centena de obras paradas, que, além de trazer benefícios à população, gerariam empregos. São obras de saneamento, urbanizaçã­o, programas em comunidade­s carentes, bairros maravilhas, clínicas da família, entre muitas outras que se deterioram à espera de melhor planejamen­to da prefeitura.

É fundamenta­l o trabalho do Tribunal de Conta do Município (TCM), que baixou recomendaç­ão que não se inicie nenhuma obra nova enquanto não se conclua o que já começou, bem como o da Câmara dos Vereadores, que criou comissão para analisar as que estão paradas. É importante que fique claro que obras públicas não “são propriedad­e” do governante. Depois de iniciadas, pertencem à população e precisam ser finalizada­s.

O estoque de obras inacabadas é imenso. São mais de R$ 1,5 bi para a retomada e que gerariam imediatame­nte quase cinco mil empregos, além, é claro, dos benefícios para população.

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