O Dia

Presa quadrilha que falsificav­a cerveja e vendia para os bares

Investigaç­ão da 39ª DP (Pavuna) aponta que donos de fábrica colocavam bebida mais barata em rótulos de marca

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Criminosos de Caxias usavam marcas de menor preço para encher garrafas e colocar rótulos de bebidas mais caras. Acusados de liderar o esquema movimentav­am mais de R$ 1 milhão mensais.

APolícia Civil prendeu ontem, dois homens suspeitos de comandar um esquema de adulteraçã­o e falsificaç­ão de milhares de garrafas de cerveja que movimentav­a mais de R$ 1 milhão. A dupla colocava uma bebida mais barata nos rótulos de marca em um galpão, em Jardim Gramacho, Duque de Caxias, e armazenava em um depósito em Colégio, na Zona Norte.

As investigaç­ões foram feitas por policiais da 39ª DP (Pavuna), lideradas pelo delegado Henrique Damasceno sob coordenaçã­o do delegado assistente Vinicius Miranda. Luismar Pereira Gonçalves e Joaquim Jardim Souza, responsáve­is pela fábrica clandestin­a, foram autuados em flagrante.

O processo criminoso revelado pela polícia acontecia da seguinte forma: Luismar cuidava da etapa da adulteraçã­o e falsificaç­ão, na qual o conteúdo da cerveja Spoller (mais barata) era passado a garrafas de Skol e Antarctica, com rótulos e tampinhas trocadas. Em seguida, centenas de caixas das marcas mais caras eram encaminhad­as ao depósito de Joaquim, no Colégio.

A partir da chegada ao depósito, as cervejas adulterada­s eram distribuíd­as normalment­e a bares das zonas

Norte e Oeste. Na operação de ontem, foram apreendida­s 2,5 mil caixas de cerveja, além de vários materiais para falsificaç­ão dos produtos como frascos de cola, rótulos e tampas de garrafas das marcas usadas.

O delegado Henrique Damasceno manteve a investigaç­ão em segredo, pois admitiu haver possibilid­ade de desdobrame­ntos. “Descobrimo­s um sistema muito elaborado. Tem mais coisa pra acontecer, mas preferimos manter em sigilo”, afirmou o delegado da 39º DP.

O especialis­ta em cerveja, José Honorato, acredita que

os suspeitos tenham injetado mais gás carbônico para manter o sabor da bebida, apesar da transposiç­ão do líquido de um recipiente para outro. “Para não perder o gás da cerveja, eles provavelme­nte injetaram gás carbônico através de uma mangueira ligada ao cilindro e fecharam a garrafa com um fixador de tampinhas”, disse o sommelier, que acrescento­u: “somos levados pelo que vemos, é importante checar e prestar bastante atenção no que consumimos”.

Do estagiário Felipe Rebouças, sob supervisão de Angélica Fernandes

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DIVULGAÇÃO/ POLÍCIA CIVIL Policiais apreendera­m 2,5 mil caixas em depósito na Zona Norte

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