Grupos se reúnem em cantos da Zona Norte para curtir gênero musical. Receita é aproveitar à vontade
Uma samba de roda em cada esquina
Existe receita para roda de samba. Ela precisa de boa música e público animado. Se for na rua, também precisa de banheiro químico, limpeza das vias e garantia de segurança. Só não precisa mais de alvará, que foi liberado pela Prefeitura do Rio. Com isso, surgiu a roda ‘Samba da Praça’, organizada ao entardecer dos domingos, na praça Saens Peña, na Tijuca, que já chegou a receber até 2 mil pessoas. Também não existe restrição de dia. Prova disso é o tradicional ‘Samba do Trabalhador’, que acontece às segundas feiras, há 13 anos no Andaraí. Mas tem ainda o Samba da Feira, no Engenho de Dentro, o Quilombo de Irajá, no Irajá, a Feira das Yabás, em Oswaldo Cruz...
“A música é um bem imaterial, e a gente vive disso. É algo que tem que ser preservado, para garantir que esse movimento não sofra repressão. E, assim, possamos fugir da tristeza”, diz o músico Moacyr Luz, que tem sempre presença garantida no ‘Samba da Segundafeira’, no Clube Renascença.
No ‘Samba da Praça’, a reunião de bambas é bem frequentada. Já recebeu o grupo Arruda, Monarco, da Velha Guarda da Portela e Xandy de Pilares. Moacyr Luz também está sempre por lá. Ele destaca a musicalidade tijucana. “A Tijuca tem uma história musical desde os anos 40 e está envolvida com a música popular brasileira. Toda vez que vejo alguém reunido para fazer música, fico orgulhoso”, diz.
Um dos organizadores do ‘Samba da Praça’ é o empresário Mário Eugênio, que tem um restaurante em frente à esquina de bambas. “O samba é a alma carioca e nada melhor do que esse estilo em uma roda para fazermos música”, afirma o empresário.
Adriana Vilaron, de 46 anos, diz que curte a roda de samba até dentro de casa. “Os shows que eu via lá na Lapa agora estão na esquina de casa. É samba de varanda, escuto até de casa. Dá para dançar miudinho ou agarradinho. Vem gente de toda parte. Meus amigos sempre me perguntam da programação”, afirma a tijucana.