O Dia

ONG de Mesquita tem recuperado diversas crianças da região, mas passa por sérias dificuldad­es financeira­s

Na luta para manter as atividades

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AONG Casa Jovem Júnior tem mudado a realidade de muitas crianças do bairro Coréia, na cidade de Mesquita. Entre brincadeir­as, pinturas e cineminhas improvisad­os, entre outras atividades, a garotada sonha um futuro longe da criminalid­ade. Mas o trabalho da instituiçã­o está ameaçado, uma vez que passa por grave crise financeira.

Fundada pela fonoaudiól­oga Fátima Santos, em 2013, a ONG sofre com a escassez de recursos financeiro­s, que tem prejudicad­o, principalm­ente, a alimentaçã­o das 241 crianças que frequentam a instituiçã­o. A despensa está vazia e falta também produtos de limpeza. O espaço ainda precisa passar por grande reforma.

“A situação está bem difícil. Não tenho vergonha de pedir ajuda. Sempre que posso, pago do meu próprio bolso. Essas crianças precisam de muito carinho, atenção e cuidado”, conta Fátima Santos.

Para driblar as dificuldad­e, a fonoaudiól­oga teve até mesmo que criar um bazar. A medida visa quitar os impostos do imóvel. “Infelizmen­te, as receitas não cobrem metade das despesas, mas não vou desistir, vamos continuar buscando ajuda”, afirma.

Mesmo com dificuldad­es, as atividades acontecem pelo menos quatro vezes na semana, além dos passeios externos. Tudo só é possível porque a fonoaudiól­oga se vira nos trinta para conseguir doações para alimentar os pequenos nos dias de acolhiment­o e ainda ajudar mensalment­e as famílias dos assistidos.

Persistent­e, Fátima Santos é guerreira. E conta que resolveu criar a ONG após o irmão, de 16 anos, morrer de overdose de cocaína. A tragédia des- pertou a vontade de transforma­r a vida de crianças e adolescent­es que vivem em áreas dominadas pelo tráfico.

“Nosso objetivo é fazer com que essas crianças se tornem cidadãos do bem, demovendo a ideia de que traficante é herói e que o tráfico é a única opção para mudar de vida. Aqui, eles são retirados da ociosidade e aprendem valores. Têm contato com cultura e diversão. Luto para que não tenham o mesmo destino do meu irmão e de tantos outros”, destaca.

Na ONG, as crianças têm atendiment­os com psicólogo e fonoaudiól­ogo, aulas de artesanato e atividades recreativa­s. Além das ações internas, as crianças fazem passeios a museus, exposições e outras instituiçõ­es.

A ONG fica na Rua Avenida Brasil, 1591, e está aberta para voluntário­s que queriam atuar nas áreas de saúde, educação e inclusão social. Ainda há crianças sem padrinhos também. Para fazer doações, basta ligar para 99965-9668.

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Garotada também faz passeios e visitas a instituiçõ­es
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A casa onde funciona a ONG precisa de reformas estruturai­s. Sem dinheiro, despensas estão quase vazias
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