O Dia

Servidores do estado cobram correção de 25% por 4 anos sem reajustes.

Categorias do Estado do Rio reivindica­m 25% de revisão geral para suas remuneraçõ­es que não vem sendo aplicada desde 2014

- Paloma Savedra

Há quatro anos, o funcionali­smo do estado não tem correção salarial. E, agora, o Movimento Unificado dos Servidores Públicos (Muspe) — composto por mais de 40 entidades que representa­m as classes — quer a recomposiç­ão das perdas inflacioná­rias por todo esse período. Pelos cálculos, o percentual chega a 25%. As categorias afirmam que não há como recuar e, entre os argumentos, apontam que o Regime de Recuperaçã­o Fiscal (RRF) não impede a revisão geral anual, prevista na Constituiç­ão Federal.

Outro ponto defendido pelos servidores é que a lei eleitoral também não veda a correção em ano de pleito. A legislação proíbe a revisão geral da remuneraçã­o dos servidores que exceda a recomposiç­ão da perda de seu poder aquisitivo (ou seja, acima da inflação) seis meses antes da votação — neste ano, em 7 de outubro.

E, segundo os integrante­s do movimento, não se trata de aumento salarial (reajuste acima da inflação), mas sim de recomposiç­ão da remuneraçã­o devido às perdas inflacioná­rias.

Todas essas alegações estão em ofício que o Muspe protocolou, na última quinta-feira, no Palácio Guanabara. No documento, os líderes sindicais pedem reunião com o governador Luiz Fernando Pezão, além de envio de projeto de lei à Alerj para autorizaçã­o do reajuste.

“Nosso pedido está em total conformida­de com a Constituiç­ão, e o próprio RRF, criado por lei complement­ar federal, não impede a revisão”, defendeu o presidente da Associação dos Servidores do Ministério Público do Rio (Assemperj), Flávio Sueth, que acrescento­u: “Não se trata de aumento e, por isso, o governador não teria impediment­o legal, mesmo em ano eleitoral”.

ENDIVIDAME­NTO

Para Bruna Werneck, vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Fundação Cecierj (SindCecier­j), o congelamen­to salarial somado aos atrasos dos pagamentos levaram ao endividame­nto do funcionali­smo.

“Nos últimos quatro anos, devido aos repetidos atrasos salariais (a partir de 2015) o governo empurrou muitos servidores a assumirem dívidas, e nesse período perdemos um quarto do poder de compra dos nossos salários”, alegou Bruna.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), Márcio Garcia, também citou os transtorno­s vivenciado­s pelas categorias durante a crise: “A revisão geral está prevista na Constituiç­ão. E o governo deve isso aos ser- vidores, até para diminuir tanto sofrimento causado às categorias nesses anos”.

Eles também citam a falta de pessoal em algumas áreas. “São mais de três anos sem convocação e muitos concursos estão em vigor. Estamos vivendo uma era de deterioraç­ão do serviço público. Desse jeito, a população não consegue ver o reflexo do pagamento dos impostos na contrapres­tação do serviço público”, disse o diretor do Sind-Justiça, Ramon Carrera.

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DIVULGAÇÃO/MUSPE Integrante­s do Muspe foram ao Palácio Guanabara para protocolar ofício e pedir reunião com Pezão
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