A desagradável rotina do Vasco
Diante da torcida, novo vexame. O 3 a 2 para o Vitória expõe a fragilidade de um time que perdeu três dos últimos quatro jogos
Odomingo do Dia das Mães do vascaíno não teve presente. Órfão de bom futebol, abandonado à própria sorte, o time foi maltratado mais uma vez e sofreu a terceira derrota nos últimos quatro jogos. O placar de 3 a 2 para o Vitória, em São Januário, para um público de pouco mais de 3 mil torcedores é mais uma vez reflexo da conturbada situação dos bastidores do clube. Ao apito final, nada de fraternidade e compreensão. Vaias aos jogadores e ao presidente, Alexandre Campello. Nem mesmo o técnico Zé Ricardo foi poupado dessa vez.
Com sete pontos, o Vasco entrou em campo confiante, já que uma vitória o manteria entre os primeiros colocados. A animação era justificada pelo fato de o time baiano ainda não ter vencido na competição. Com mais posse de bola, os vascaínos apostavam no jogo pelas laterais, acionando constantemente Yago Pikachu. Aos 17, no entanto, Desábato cometeu falha grave ao atrasar a bola com pouca força para Martín Silva, que perdeu a dividida com Neilton e a bola sorriu para André Lima abrir o placar.
Mas a sorte ainda não havia abandonado o Vasco. Aos 37, Rhayner fez pênalti em Wagner. Ríos cobrou e Caíque defendeu. No rebote, o goleiro fez novo pênalti, dessa vez em Caio Monteiro. Pikachu bateu e empatou. Àquela altura, um resultado justo, já que o Vasco tinha 78% de posse de bola, mas pouco produzia.
O segundo tempo prometia, mas a expectativa deu lugar à desolação. Em cinco minutos, o Vitória liquidou a parada, aproveitando-se dos buracos na zaga do Vasco, que se mandou de maneira desorganizada ao ataque. Aos 25, Lucas Fernandes recebeu livre na esquerda após lançamento de Wallyson e marcou o segundo. E aos 30, Werley anotou contra após escanteio.
Foi a senha para o início das vaias. A ira se misturava com o abatimento de alguns que já deixavam o estádio e que não viram Ríos descontar aos 37, após bola levantada por Kelvin. Pikachu, nos minutos finais, quase empatou. Uma derrota que doeu muito mais que um simples puxão de orelha.
TUMULTO NA ARQUIBANCADA
Uma discussão na parte social do Vasco manchou o fim do jogo. O atacante Denilson, do Vitória, irmão do vascaíno Paulo Victor, foi até a arquibancada entregar sua camisa aos familiares que assistiam ao jogo. Torcedores do Vasco passaram a xingar os pais dos atletas e uma pequena confusão se instalou. Dona Rosane, mãe de Denilson e Paulo Victor, passou mal e teve de ser levada para o departamento médico em São Januário. Ela foi liberada e passa bem. O clube lamentou o episódio.