Emdia de protestos, acusado pela morte de Marielle Franco é transferido de presídio
Ex-PM está preso em Bangu 1 por causa de outro crime. Mãe da vereadora disse torcer para que Marcello Siciliano não esteja envolvido
A Justiça determinou ontem a transferência de Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, para presídio federal de segurança máxima. Ele deve permanecer em isolamento, em Bangu 1, até a transferência. Orlando é apontado pela testemunha que procurou a polícia como um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco.
Em carta obtida pelo DIA, escrita de dentro do presídio, Orlando negou envolvimento no crime. Um dos seus advogados, Renato Darlan, disse que vai entrar com recurso contra a decisão e que seu cliente está sendo coagido pela Polícia Civil a assumir o assassinato da vereadora. Em nota, a instituição negou ter feito ameaças. Ainda segundo a defesa, Orlando estaria fazendo greve de fome na prisão pois tem medo de ser morto envenenado.
A mãe da vereadora Marielle Franco (Psol) afirmou ontem que torce para que o vereador Marcello Siciliano (PHS), que junto com Orlando, é apontado pela testemunha como mandante da execução, não esteja envolvido no assassinato da filha. Marinete da Silva, de 66 anos, e o marido Antônio Francisco da Silva Neto, de 60, participaram de manifestação realizada pela Anistia Internacional em frente à sede da Secretaria Estadual de Segurança Pública, na Central.
“Estou com muita esperança, confiante na investigação da polícia. Eu torço para que o mandante não seja conhecido. O meu coração de mãe pede para que não seja ele (Marcello Siciliano). É importante dizer que, por enquanto, não há nada de concreto”, disse Mari- nete, emocionada.
Em escutas telefônicas divulgadas no último domingo pelo “Fantástico”, da TV Globo, o vereador Marcello Siciliano conversa com um homem que seria miliciano, segundo investigações. No diálogo, o parlamentar pediu apoio para a implantação de projeto social em área dominada pela milícia. O vereador Marcello Siciliano nega qualquer envolvimento na morte de Marielle e afirma não conhecer ou ter encontrado Orlando em restaurante, como disse a testemunha que está sob proteção policial.