Alckmin fica para trás
Bolsonaro lidera corrida presidencial em cenário sem Lula, e indecisão cresce
Anova rodada da pesquisa de voto CNT-MDA para a presidência da República – a primeira após o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa ter desistido da eleição – revelou uma piora na situação de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e um aumento considerável do percentual de eleitores indecisos.
No cenário sem a presença do ex-presidente Lula, Jair Bolsonaro (PSL) lidera com certa folga, mas perdeu pontos, dentro da margem de erro, em relação a março (tinha 20% e agora tem 18,3%). Se a eleição fosse hoje, o deputado federal iria para o segundo turno contra Marina Silva (Rede), que tem 11,2%, ante 12,8% dois meses antes. Logo atrás, vem Ciro Gomes (PDT), que oscilou de 8,1% para 9%.
O único candidato que se movimentou para além da margem de erro da pesquisa, que é de 2,2%, foi o tucano Geraldo Alckmin, que tinha 8,6% em março e agora soma apenas 5,3%.
Desde a última pesquisa, Alckmin deixou o governo de São Paulo e viu o inquérito pelo recebimento de R$ 10,7 milhões da Odebrecht para suas campanhas de 2010 e 2014 passarem do Superior Tribunal de Justiça para a primeira instância da Justiça Eleitoral.
As dúvidas em relação a quem realmente chegará às urnas em outubro fizeram com que a indecisão dos eleitores aumentasse nos últimos meses. Os que se declaram indecisos hoje são 16,1% – em março, eram apenas 10%. O percentual dos que pretendem votar em branco ou nulo é de 29,6%.
No cenário em que a candidatura de Lula é considerada, os brancos/nulos caem para 18% e os indecisos ficam em 8,7%. O ex-presidente segue tendo a preferência do eleitor, com 32,4% (tinha 33,4% em março), contra 16,7% para Bolsonaro.
Lula também lidera em todas as simulações de segundo turno (contra Bolsonaro, a vantagem é de 44% para 25%). Numa disputa entre Marina e o deputado, cada um teria 27,2% dos votos.
A pesquisa perguntou se os eleitores consideravam justa a prisão de Lula: 51% disseram que sim, 38,6%, que não.
O levantamento ouviu 2.002 pessoas em 25 estados.