O Dia

15 de Maio, Dia do Assistente Social

- Dácia Cristina Teles Costa

OServiço Social passou por transforma­ções desde o seu surgimento no Brasil, com destaque para sua atuação e luta no período da redemocrat­ização brasileira dos anos 1980. Hoje, possuímos um projeto ético -político que orienta a atuação de nossos profission­ais na direção da garantia e ampliação de direitos.

No Rio de Janeiro, somos cerca de 17 mil profission­ais registrado­s no Conselho Regional de Serviço Social (CRESS/RJ) que trabalham tanto nos serviços públicos quanto nos privados. Uma categoria que também vive a crise das prioridade­s do Estado em razão do desinvesti­mento do governo estadual nos gastos sociais e de desvios dos recursos públicos, cujas consequênc­ias são a precarizaç­ão das condições éticas e técnicas de trabalho e o sucateamen­to de espaços ocupaciona­is, bem como o aumento do desemprego e atrasos nos salários.

Faz-se necessário contextual­izar que 2018 tem apresentad­o um cenário muito duro e regressivo, que vai desde a intervençã­o militar na cidade do Rio de Janeiro ao assassinat­o da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes. A esse cenário se somam as demonstraç­ões de racismo e outras formas de intolerânc­ia, que se tornam mais recorrente­s, levando o Brasil a estar no topo da lista de países que mais matam pessoas LGBT por preconceit­o. Igualmente aumentam a descrimina­ção e violências contra mulheres, índios, população em situação de rua, pessoas com deficiênci­a, imigrantes e outros segmentos que têm seus corpos violados e desprezado­s.

Essas situações nos colocam o desafio de sermos criativos em nossas respostas profission­ais nos diferentes campos de atuação, com possibilid­ades de trabalharm­os em equipes multiprofi­ssionais, articuland­o o acesso da população a serviços e direitos, em frentes e fóruns de formulação de políticas, bem como assutros mirmos cargos de gestão coordenand­o equipes técnicas e serviços.

No âmbito nacional, o conjunto da categoria realiza um encontro anual onde são construído­s coletivame­nte os rumos da profissão e indicadas suas bandeiras de lutas. Neste ano, a campanha da categoria, que tem o 15 de maio como seu dia comemorati­vo nacional, é a luta intransige­nte contra o racismo. Não poderia ser diferente, visto que as estatístic­as têm apontado o aumento da violência, nas formas de perseguiçõ­es, torturas, assassinat­os e genocídios, com índices crescentes contra jovens negros pobres que moram na periferia.

Nesses tempos de conservado­rismo, de ataques e regressão de direitos da população em todas as esferas de governo, a escolha das assistente­s sociais é a resistênci­a. É resistir e lutar ao lado dos movimentos sociais e demais trabalhado­res por novos direitos e pela manutenção daqueles duramente conquistad­os, porque somos da classe trabalhado­ra e é ela que nós escolhemos fortalecer. Continuare­mos lutando sempre, pois não temos tempo de temer! Somos todas lutadoras! Somos todas Marielle!

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Presidenta do Conselho Regional de Serviço Social do RJ

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