Um cineasta que filmou uma coleção de sucessos
Diretor do clássico ‘O Assalto ao Trem Pagador’ e dos filmes de Roberto Carlos, Roberto Farias morreu ontem no Rio
Ocineasta Roberto Farias morreu ontem pela manhã, no Rio, aos 86 anos. Irmão do ator Reginaldo Farias, ele lutava contra um câncer de próstata há cinco anos e estava internado no hospital Copa Star, em Copacabana. O corpo será velado no Memorial do Carmo, na Zona Portuária, hoje e o enterro, em Nova Friburgo, onde ele nasceu.
Diretor do clássico ‘O Assalto ao Trem Pagador’ (1962), Farias foi reeleito para a presidência da Academia Brasileira de Cinema (ABC) no mês passado. E também foi presidente da Embrafilme entre 1974 e 1978, considerada a fase áurea da empresa.
Jorge Peregrino, vice na ABC, lamentou a morte de Farias e lembrou a importância do diretor para o cinema nacional. “Perde o cinema, e perdemos um cara que fez muito pelos filmes brasileiros. Trabalhamos juntos na Embrafilme. Era um artista, um diretor reconhecido internacionalmente, e que participou e carregou a ABC até agora. Um homem que pensava o cinema, tinha visão estratégica, e assegurou a presença do cinema nacional no mercado interno”, diz Peregrino, citando longas de Farias, como ‘Dona Flor e seus Dois Maridos’ (1976), ‘Xica da Silva’ (1976) e ‘A Dama do Lotação’ (1978).
Roberto Farias nasceu em 27 de março de 1932, em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio, e iniciou a carreira no começo dos anos 1950, como assistente de direção de Watson Macedo, na Atlântida. Como diretor, seus primeiros longas foram ‘Rico Ri à Toa’ (1957) e ‘No Mundo da Lua’ (1958).
O reconhecimento veio com ‘O Assalto ao Trem Pagador’,
Perdemos um cara que fez muito pelos filmes brasileiros. Um homem que pensava o cinema, tinha visão estratégica” JORGE PEREGRINO, Vice da Academia Brasileira de Cinema
um dos filmes mais importantes da filmografia nacional. Farias também dirigiu filmes de Roberto Carlos, como ‘Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa’ (1968). Seu último longa foi ‘Os Trapalhões e o Auto da Compadecida’ (1987). Na TV, dirigiu minisséries como ‘As Noivas de Copacabana’ e ‘Memorial de Maria Moura’.