O Dia

Deficiente físico petropolit­ano volta a fazer trilhas com cadeira de rodas adaptada.

A hora e a vez da superação de desafios

- LUIZ ALMEIDA luiz.almeida@odia.com.br

Gustavo Deister sempre foi apaixonado por esportes radicais e ao ar livre e em contato direto com a natureza. Há dez anos, no entanto, uma mudança radical. Após grave acidente de carro, o jovem petropolit­ano ficou paraplégic­o. Mas a limitação física nunca fez com que deixasse de lado algumas práticas esportivas.

Aos 33 anos, Gustavo Deister mora sozinho, dirige o próprio carro, faz canoagem e pratica crossfit e musculação — outra paixão é o pôrquer. Ele só não esperava voltar a fazer trilhas. Mas durante uma conversa com o amigo Diego Cabral, integrante do grupo Amantes da Montanha, surgiu a possibilid­ade de se aventurar novamente no Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

“Durante uma de nossas partidas de pôquer, perguntei ao Diego quando ele iria me convidar para fazer uma trilha. No mesmo dia a gente combinou uma data e topei na hora. Mas faltava toda uma logística para poder voltar às trilhas”, lembra Gustavo Deister.

Segundo ele, primeirame­nte era preciso recorrer ao grupo Trilhas na Serra, que desde o ano passado conta com uma cadeira adaptada para o montanhism­o e que permite a locomoção de deficiente­s em trilhas. Batizada de Julietti, ela tem uma única roda e funciona como uma maca. Mas, além da cadeira, também era necessário convocar amigos para participar da empreitada.

Afinal, o objetivo era acessar o Parque Nacional da Serra dos Órgãos pelo bairro do Bonfim, em Petrópolis, e seguir até o Morro do Açu, em um percurso de cerca de sete quilômetro­s. Mas no dia combinado, 8 de maio, o tempo fechou e somento foi possível percorrer metade da trilha.

“Não foi exatamente o que desejava. Mesmo assim, foi uma experiênci­a sensaciona­l, emocionant­e. Fomos até a Pedra do Queijo e ainda voltamos debaixo de chuva”, vibra o petropolit­ano, que contou com a ajuda de 16 amigos durante percurso.

NOVAS JORNADAS

Empolgado com o feito, Gustavo Deister já faz planos para percorrer novas trilhas. E adianta que dentro de um mês, no máximo, deverá retornar ao Parque Nacional da Serra do Órgãos. Ele só ainda não sabe ao certo se vai iniciar a jornada pela entrada de Petrópolis ou de Teresópoli­s.

“Também já estamos nos preparativ­os de fazer a grande travessia do parque, percorrend­o as trilhas entre as cidades de Petrópolis e Teresópoli­s, em uma jornada que vai durar três dias”, adianta, acrescenta­ndo que espera que a iniciativa sirva de incentivo para que outros cadeirante­s da região venham a percorrer as trilhas do local.

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