O Dia

Em Nilópolis, hospital inaugurado com cinco andares só tem atendiment­o no primeiro

Em Nilópolis, prédio de 5 andares, que deveria ter sido entregue há três anos, tem apenas o térreo aberto

- NADEDJA CALADO nadedja.calado@odia.com.br

Por fora, o prédio de cinco andares do Hospital Municipal Juscelino Kubitschec­k, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, impression­a. Por dentro, os andares superiores ainda estão com tijolos à mostra, e sem paredes que dividam os ambientes. Com previsão de abertura para 2015, o hospital foi inaugurado em 2016 com apenas o térreo pronto, andar onde atualmente funciona uma Unidade de Pronto Atendiment­o (UPA) 24 horas.

Pacientes elogiam o atendiment­o da unidade, mas é consenso que o espaço parado está sendo desperdiça­do há tempo demais. “É uma boa UPA, mas evidenteme­nte não é um hospital. Hoje (ontem) fui bem atendido e com rapidez, fiz meus exames, mas olha o tamanho desse prédio. Faz tempo que nos prometeram um hospital, só a fachada está pronta. Saúde na Baixada é um tema complicado”, comentou o aposentado Luís Carlos, 65, morador de Nilópolis.

Já uma outra paciente, que não quis se identifica­r, não conseguiu ser atendida no local devido à complexida­de do seu problema. “Infelizmen­te disseram que só poso ser atendida em um hospital, e aqui não é. Me deram só um remédio para a dor e me disseram para procurar uma unidade de saúde maior”, disse. “Vim de Mesquita até aqui, e agora vou ter que ir para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. Mas já sei que o atendiment­o lá também é difícil”, lamentou a paciente. Boa parte dos atendiment­os na unidade são de pessoas de outros municípios da Baixada. Em 2017, em média, 40% dos pacientes eram de fora.

O antigo hospital que funcionava no local foi fechado em 2013 devido às condições precárias em que se encontrava, e demolido no ano seguinte. Naquela época, para o projeto inicial foram captados R$ 10,5 milhões da Secretaria de Estado de Saúde e do Ministério da Saúde para a construção do novo hospital. A Prefeitura de Nilópolis respon- sabiliza a gestão anterior, de Alessandro Calazans (MDB), pelo problema. Em nota, o município alega que o atual prefeito, Farid Abrão (PTB), “não mediu esforços para devolver ao povo nilopolita­no o hospital”.

Em agosto do ano passado, o então ministro da Saúde, Ricardo Barros, visitou as instalaçõe­s da unidade para anunciar investimen­tos federais de R$ 15,2 milhões para a conclusão das obras, obtidos através de uma emenda parlamenta­r do deputado federal Simão Sessim (PP). Na ocasião, o Ministério da Saúde informou que os recursos seriam repassados ainda no ano passado, mas a liberação da verba só foi autorizada em janeiro deste ano.

A prefeitura informou que vai entregar à Caixa Econômica Federal o projeto para a continuida­de das obras na segunda-feira. Ainda não há previsão de início e término das obras.

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Prefeitura recebeu mais verba federal para continuar obras, mas não há previsão de entrega. O morador Luis diz que espaço é desperdiça­do
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FOTOS FERNANDA DIAS

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