O Dia

‘Nos despedimos várias vezes’

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N Oca salde professore­s da UFRJ, sequestrad­o no campus da Ilha do Fundão, na sextafeira, reclamou do descaso da universida­de coma incidência de crimes violentos na Cidade Universitá­ria. Eles classifica­ram como‘ patética’ anota emitida pela instituiçã­o sobre o caso. “A administra­ção da universida­de nãoévítima, é algoz. O crime não foi premeditad­o pelos assaltante­s, nos escolheram ao acaso. Mas, foi premeditad­o pela UFRJ, que sabe onde e quando os crimes acontecem e não faz nada”.

Os professore­s contaram que foram horas de tensão, quando os criminosos pediram os dados bancários e disseram que, se não estivessem corretos, eles sofreriam as consequênc­ias. “Tivemos medo de morrer até o último momento. Nos despedimos várias vezes um do outro”, narrou a vítima. Eles foram mantidos reféns por nove horas, enquanto os bandidos faziam compras com seus cartões. “O último momento foi o pior. Eles disseram que iam nos libertar, só faltava um motoboy chegar com a gasolina para o carro. Aí ligaram o rádio em uma estação evangélica, com o discurso de um pastor falando sobre morte, arrependim­ento. Parecia que aquele discurso era para a gente, que aquela gasolina era para a gente”, disse a professora. O casal foi solto em Belford Roxo.

Após o episódio, os professore­s que estão há décadas na UFRJ — ele desde 1988, ela desde 1996 — lamentaram a falta de segurança no campus. “Os bandidos disseram que no mesmo dia havia mais duas ‘equipes’ para fazer o mesmo crime no campus. Duas semanas antes, soubemos de mais uns três casos semelhante­s. Acontece várias vezes, semanalmen­te, se não todos os dias”, contou o professor.

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