Brasil acompanha rejeição a Maduro
Governo emite nota conjunta com 13 países americanos declarando não reconhecer reeleição do chavista
Ogoverno brasileiro, ao lado do Grupo de Lima, formado em agosto de 2017 para buscar soluções para a crise venezuelana e crítico à gestão do presidente Nicolás Maduro, afirmou que não reconhece o resultado da eleição de domingo na Venezuela, na qual o chavista foi declarado vencedor. O Itamaraty alega que a votação não ocorreu “em conformidade com os padrões internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente”.
Em nota emitida ontem, o país, juntamente com os governos de Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia expressaram que não reconhecem a legitimidade do processo eleitoral.
Os países acordaram reduzir o nível de suas relações diplomáticas com a Venezuela e que chamarão para consultas os embaixadores em Caracas. Além disso, ressaltaram a crise social e o “intenso fluxo de imigrantes para os países vizinhos”.
Líderes europeus também criticaram o processo. “Não respeitaram os mínimos padrões democráticos” na eleição, tuitou o chefe de Governo da Espanha, Mariano Rajoy. Já o presidente russo Wladimir Putin desejou a Maduro, por telegrama, “boa saúde e sucesso na resolução dos desafios sociais e econômicos que o país enfrenta”, enquanto o presidente cubano Miguel Diaz-Canel cumprimentou o presidente pela “contundente vitória”.
O Brasil já adota a maior parte das medidas de caráter econômico anunciadas no domingo pelo Grupo de Lima para isolar a Venezuela. As medidas, porém, foram adotadas sem alarde.
O acordado entre os países do Grupo de Lima é que os países signatários atuarão nos organismos internacionais para que não sejam concedidos novos empréstimos à Venezuela. A exceção são recursos para ações humanitárias.
O Brasil não tem embaixador na Venezuela desde dezembro, quando o diplomata Ruy Pereira foi declarado persona non grata pelo governo de Nicolás Maduro.