Improvisando em cena
Série mistura personagens em sessão de terapia em grupo com uma psicóloga real
Seis histórias dramáticas, seis atores preparados para improvisá-las em sessões de terapia em grupo com uma psicóloga real. Na série ‘De Sonhos e Segredos’, de 13 episódios, que estreia a segunda temporada hoje, às 21h, no Canal Brasil, o roteiro e a direção são assinados pelo cantor e compositor Oswaldo Montenegro. “O projeto surgiu de uma vontade que eu tinha há muito tempo de misturar um roteiro rígido a uma realidade que acaba influenciando nesse roteiro. Acho legal também o espectador poder assistir o quanto os atores influenciam nas personagens que interpretam e poder acompanhar a minha relação com eles”, explica Montenegro.
FICÇÃO X REALIDADE
Para o autor, o desafio foi o próprio processo da série. “Depois de algum tempo de gravação, a personalidade dos intérpretes vai se misturando ao que tínhamos criado e gerando emoções intensas e, às vezes, estranhas. É também desafiadora a função da psicóloga agindo de for- ma absolutamente real diante de pessoas que, teoricamente, não existem”, afirma.
No elenco, nomes como Leonardo Bricio (João Pedro), Paula Ferrari (Yasmin), Kamila Pistori (Virgínia), Pedro Gracindo (Francis), Verônica Bonfim (Vera) e Rodrigo Salles (Marcos). A terapeuta é Joana Amaral. “Virgínia tem uma alegria contagiante e incessante. Fala e faz tudo o que pensa e é super bem resolvida. Mas foi pega de surpresa pela Síndrome de Pânico, uma doença mais comum do que eu imaginava. São muitos os que sofrem de transtornos de ansiedade e eu só pude entender depois desse trabalho. Conversamos com o psiquiatra Jaime Vaz, profundo conhecedor do tema, e começamos a construir a Virgínia” descreve a atriz Kamila Pistori.
SESSÃO DE TERAPIA
A atriz conta que a imersão por todo elenco foi tão grande, que o desenrolar de cada história foi surpreendente. “É quando o personagem ganha vida própria e faz aquilo que o ator que o interpreta jamais faria. Nunca vi um processo como esse, porque toda e qualquer reação era inesperada. E aí, o melhor que a gente tem a fazer é dar mão ao diretor e se entregar ao processo”, frisa.
Montenegro destaca que todo o processo da série é um “salto sem rende”. “O público vê a cena que deu certo e a que não deu. Esse foi o maior desafio. A falta de pudor de revelar a vida de doze pessoas, não só as seis da ficção, mas a dos seis artistas que as interpretaram. E a terapeuta, tentando ajudar os problemas daquelas ‘criaturas’ que, às vezes, em um improviso, se misturavam às almas dos intérpretes”, entrega.