O Dia

Caminhonei­ros protestam contra alta dos combustíve­is e fretes baratos

Manifestaç­ões de caminhonei­ros atingiram 21 estados; Petrobras aumenta, de novo, combustíve­l

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Uma paralisaçã­o nacional de caminhonei­ros deflagrada ontem teve adesão da categoria em 21 estados, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Em alguns pontos, as estradas foram fechadas, enquanto, na maior parte dos casos, houve apenas bloqueios parciais.

A categoria protesta contra a escalada do preço do óleo diesel e reivindica a isenção de PIS, Cofins e Cide sobre o combustíve­l utilizado por transporta­dores autônomos. A associação também propõe medidas de subsídio à aquisição de diesel, que poderia vir, segundo a proposta da Associação Brasileira de Caminhonei­ros (ABCam), por meio da criação de um Fundo de Amparo ao Transporta­dor Autônomo.

A categoria alega que os caminhonei­ros vêm sofrendo com aos aumentos sucessivos no diesel, que representa 42% dos custos do negócio, sendo que 43% do preço do combustíve­l na refinaria tem origem no ICMS, PIS, Cofins e Cide.

Enquanto os caminhonei­ros protestava­m, a Petrobras anunciou mais um aumento no preço do combustíve­l. Tanto o diesel quanto a gasolina subirão 0,9% nas refinarias a partir de hoje.

Em busca de alguma recuperaçã­o nos seus níveis recorde de impopulari­dade, o presidente Michel Temer convocou uma reunião para o fim da tarde de ontem para estudar uma possível mudança na política de preços da Petrobras.

Desde que a petroleira adotou uma política de reajustes diários dos preços dos derivados de petróleo, em 3 de julho do ano passado, o preço do óleo diesel foi elevado em suas refinarias 121 vezes, o que represento­u uma alta de 56,5%, segundo cálculo do Centro Brasileiro de Infraestru­tura (CBIE).

Apenas neste ano, o preço do diesel subiu 38 vezes, em linha com a a valorizaçã­o no mercado internacio­nal.

“O que vamos tentar é ver se encontramo­s um ponto em que possa ter um pouco mais de controle nesse processo para que os maiores interessad­os, o cidadão brasileiro e os transporta­dores, possam ter previsibil­idade em relação ao que vai acontecer”, explicou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

As reuniões seguirão hoje, dessa vez com a participaç­ão de executivos da Petrobras. A volta a um padrão de reajustes controlado­s mais de perto pelo governo pode afetar o caixa da companhia, enquanto a escalada do preço dos combustíve­is nas bombas são alimento para a inflação.

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TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL Caminhonei­ros fazem paralizaçã­o na BR 101, Niterói-Manilha, na altura de Itaboraí, no Rio de Janeiro.

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