Três presos por morte de estudante
Autor do disparo em Soraia disse que foi acidente. Trio fez 20 roubos em 3 meses
Três suspeitos foram presos ontem e confessaram ter participado do latrocínio que vitimou Soraia de Lemos, 17, na Ilha do Governador, na semana passada. Matheus Freire, 21 anos, afirmou ter feito o disparo que matou a jovem, mas disse ter sido por acidente. O celular roubado da estudante foi vendido no camelódromo da Pavuna e encontrado pela polícia no Morro do Chapadão.
Segundo o delegado Evaristo Ponte, da Delegacia de Homicídios da Capital (DH), Matheus declarou que desconfiou de um carro na hora do crime, que poderia ser de um policial, e por isso deixou a arma pronta.
Outro suspeito, Jonas Gomes de Bastos, 25, confessou a participação em assaltos com Matheus. Ele pilotava a motocicleta no dia da morte de Soraia. O terceiro preso foi Alan Pereira Peixoto, 26, que afirmou ser dono da arma do crime. “O arrependimento que demonstraram
é uma fachada, um teatro que fazem no interrogatório. Roubaram várias vezes, podiam ter se arrependido antes”, pontuou o delegado. Os suspeitos confessam ter praticado cerca de vinte assaltos há três meses na região.
Matheus tem uma passagem pela polícia por porte ilegal de arma, mas as investigações também apontam para um possível envolvimento de Alan com o tráfico de drogas. Os três moram em São João de Meriti, mas Jonas foi criado na Ilha do Governador, o que gerou uma especulação sobre se
ele conheceria a vítima. Para o delegado, no entanto, o fato dele não ter sido o autor do disparo enfraquece essa teoria.
A namorada de Soraia, que estava no dia do assalto, foi ontem à DH reconhecer os suspeitos. “É muito difícil seguir em frente. Agora a Justiça está sendo feita”, declarou. A mãe da jovem, Cristiane Barbosa, conta que a mãe de um deles a procurou para pedir perdão. “Mãe não tem culpa. Eu não perdoo os bandidos, não demonstraram arrependimento”, disse.