Ordem de prisão para tucano
Mensalão mineiro abate ex-governador Eduardo Azeredo, 11 anos após denúncia
Por pouco, o ex-governador Eduardo Azeredo não se livrou da ordem de prisão. Em setembro, o tucano completa 70 anos, o que poderia levar à prescrição de sua pena. A denúncia do caso que ficou conhecido como ‘mensalão mineiro’ no Supremo Tribunal Federal data de 2007. Ontem, após 11 anos, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou a prisão imediata de Azeredo.
O tucano foi condenado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro pela primeira vez em dezembro de 2015, quando foi sentenciado a 20 anos e 10 meses de prisão. Em agosto do ano passado, a condenação foi confirmada em segunda instância e a pena aplicada ao político, reduzida em 9
meses, para 20 anos e um mês. Ontem, o TJMG negou o último recurso possível na segunda instância. O mandado de prisão foi expedido pouco depois de 16h, mas a prisão não havia se concretizado ontem, até o fechamento da edição. A orientação é não cumprir mandados do tipo à noite.
Para o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Azeredo foi um dos articuladores de um esquema que desviou cerca de R$ 3 milhões de estatais como o Banco do Estado de Minas Gerais e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais para a campanha pela sua reeleição, em 1998, quando foi derrotado por Itamar Franco. As agências de publicidade de Marcos Valério faziam a movimentação dos recursos. Azeredo sempre se disse inocente.
O caso tramitou no Supremo, até que, em 2014, Eduardo Azeredo renunciou ao cargo de deputado federal, que lhe garantia o foro privilegiado. Isso fez com que seu processo fosse remetido à Justiça de primeira instância, em Minas Gerais.
Azeredo, que foi presidente do PSDB, vai preso depois
de outro tucano, Paulo Preto, ex-presidente da estatal que cuida de obras rodoviárias em São Paulo, ter sido solto. Investigado por peculato e formação de quadrilha, ele estaria considerando uma delação na qual envolveria cerca de 90 políticos, segundo a Folha de S. Paulo.