Parlamento declara Maduro ‘usurpador’
O Parlamento da Venezuela, único poder controlado pela oposição, qualificou ontem o presidente Nicolás Maduro como “usurpador”, ao chamar de “farsa” as eleições nas quais o chefe de Estado se reelegeu.
A Assembleia Nacional decidiu “não reconhecer os supostos resultados (...) e, em especial, a suposta eleição de Nicolás Maduro Moros como presidente da República, que deve ser considerado um usurpador”, segundo um acordo aprovado pelo plenário.
Deste modo, a coalizão de partidos opositores Mesa da Unidade Democrática (MUD) formalizou em nível legislativo o seu não reconhecimento dos resultados das eleições.
Contudo, as decisões do Parlamento carecem de validade para o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que declarou o Congresso em desacato há mais de dois anos.
Lido ao final de uma sessão, o acordo considera o processo “uma farsa” e destaca o índice de abstenção de 54%, o mais alto em presidenciais na era democrática venezuelana, que começou em 1958.
Nenhuma das resoluções da oposição parlamentar foi aplicada até agora. A Assembleia Constituinte impulsionada por Maduro, e integrada unicamente por governistas, na prática a deslocou.
O acordo legislativo foi apoiado por deputados do partido do dissidente chavista Henri Falcón, que se afastou do boicote da MUD às eleições.