O Dia

Justiça autoriza R$ 17 milhões da Lava Jato para educação

Verba foi negociada em fevereiro para beneficiar escolas geridas pelo estado. Acordo prevê melhorias em infraestru­tura das unidades

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A Justiça Federal autorizou que o governo do estado utilize R$ 17,9 milhões recuperado­s pela Operação Lava Jato na reforma de escolas públicas do Rio. O valor representa aproximada­mente 0,23% do orçamento total (R$ 7,7 bilhões) previsto para ser investido em educação pelo executivo estadual apenas em 2018.

O termo de cooperação técnica, que é o documento para estabelece­r os critérios de aplicação do dinheiro, foi assinado em fevereiro deste ano, e prevê que os recursos recuperado­s devem ser destinados exclusivam­ente

a obras de melhorias na infraestru­tura de instituiçõ­es de ensino. O objetivo dos investimen­tos segue a linha de um estudo do Ministério Público Estadual, que sinaliza a falta de estrutura como um dos principais problemas enfrentado­s pelas escolas públicas, englobando pelo menos 64% das 1.221 unidades geridas pelo estado. Em São João de Meriti, na Baixada, por exemplo, há um Ciep em estado precário, completame­nte abandonado.

“A decisão do juízo da 7ª Vara Federal Criminal é histórica e materializ­a a destinação para a educação valores

arrecadado­s em processos relacionad­os ao combate à corrupção”, afirmou o procurador da República, Sergio Pinel.

As escolas que serão beneficiad­as com o uso do dinheiro obtido através da Operação Lava Jato deverão estar presentes em lista elaborada pela Seeduc. Da mesma forma, a Secretaria deve informar a ordem de prioridade para cada intervençã­o, assim como a previsão de custo e a quantidade de alunos beneficiad­os. A licitação deverá ser realizada em no máximo 30 dias após a liberação do recurso. A pasta, no entanto, não definiu ainda

quais as unidades vão receber os benefícios.

O documento que destinou o dinheiro recuperado da Lava Jato para a reforma de escolas públicas foi assinado pelo Fundo Nacional de Desenvolvi­mento da Educação (FNDE), Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro e pela Procurador­ia-Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE). Como testemunha­s, assinaram os membros do MPF e do MPRJ que integram o projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc).

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DANIEL CASTELO BRANCO Ciep em São João de Meriti está abandonado e com estrutura precária

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