Ex-governador de Minas se entrega e é primeiro preso no mensalão tucano
Tucano Eduardo Azeredo foi encaminhado a sala especial em quartel dos Bombeiros
Depois de se entregar, ontem à tarde, o exgovernador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) foi encaminhado para uma “sala de Estado-Maior” em um batalhão do Corpo de Bombeiros, no Centro de Belo Horizonte. “É prerrogativa que ele possui, por ser um ex-comandante das forças militares de Minas”, explicou a Polícia Civil.
O tucano não usará uniforme do sistema prisional, por decisão judicial. O juiz Luiz Carlos Santos, da Vara de Execuções Penais de Belo Horizonte, também teve o cuidado de proibir o uso de algemas quando de sua prisão.
“É fato notório que as unidades penitenciárias mineiras passam por problemas de toda sorte, sendo que, na Região Metropolitana, as masculinas encontram-se com centenas de pessoas (e em alguns casos milhares) em cumprimento de pena”, disse o despacho do magistrado. Ainda não está definido se Azeredo ficará permanentemente no quartel ou irá para outra unidade militar.
A prisão de Azeredo foi decretada após ter sido rejeitado o último recurso a que o ex-governador, ex-senador e ex-presidente do PSDB tinha direito na segunda instância contra uma condenação a 20 anos de prisão. O tucano é acusado pelo desvio de R$ 3,5 milhões de estatais mineiras durante a campanha para o governo de Minas de 1998, na qual perdeu para Itamar Franco (PMDB).
ALCKMIN
O pré-candidato à presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, ao comentar a prisão do correligionário, disse que o partido “não é imune a crítica, a prestar contas ao Poder Judiciário e não passamos a mão na cabeça de ninguém”.
Alckmin também é investigado por doações da construtora Odebrecht às suas campanhas de 2010 e 2014. Em sabatina da Folha de São Paulo, ontem, ele se disse “indignado” com as suspeitas.