O Dia

Preço mais alto e fila para abastecer

Sindicato diz que 80% dos postos da cidade ficarão sem combustíve­is hoje se greve continuar

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Com os combustíve­is em falta nos postos do Rio, os motoristas, além de enfrentar fila tiveram, muitas vezes, de encarar preços mais altos, apesar de a Petrobras já ter reduzido os valores nas refinarias desde terça-feira. Caminhonei­ros em greve, depois de fechar a Avenida Brasil e a Dutra, bloquearam ontem também a saída das centrais de distribuiç­ão de combustíve­is da BR e Raízen (distribuid­ora da Shell), perto da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Rodovia Washington Luís (BR-040). Segundo os revendedor­es, os caminhõest­anque não estão repondo os estoques dos postos desde segunda-feira. A Polícia Rodoviária Federal informou ontem que vai autuar veículos que interrompe­rem as rodovias federais.

Na semana passada, a pesquisa semanal da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombust­ível (ANP), ‘Sistema de Levamento de Preços’, mostrou que o valor mínimo da gasolina nos postos do município do Rio foi R$ 4,29, no Autoposto Leão de Cascadura, na Zona Norte. Ontem, o menor valor encontrado pelo DIA foi de R$ 4,47, no Assaí, em Pilares, também na Zona Norte. No Posto Santa Cruz, na Zona Oeste, o valor era R$ 4,39 até sexta-feira e passou, nesta terça, para R$ 4,59. Ontem, subiu de novo para R$ 4,99. Segundo um funcionári­o que não quis se identifica­r, é possível que aumente nos próximos dias.

Na Barra da Tijuca, Madureira, Laranjeira­s e Tomás Coelho, onde semana passada variava de R$ 4,49 a R$

Caminhões-tanque não estão repondo os estoques dos postos desde segunda-feira

4,88, hoje ficou entre R$ 4,89 e R$ 4,99. Nos bairros de São Cristovão, Lagoa, Flamengo, Botafogo e Leblon, o valor chegou a R$ 5,10.

Segundo a Federação do Comércio de Combustíve­is (Fecombustí­veis), mais de 50% de postos na zona oeste do Rio já estão sem diesel, em virtude de estarem abastecend­o ônibus também. A instituiçã­o acrescenta que, caso o protesto prossiga, a partir de hoje, o desabastec­imento deverá se agravar vertiginos­amente no estado.

Sindicato do Comércio Varejista de Combustíve­is e de Lojas de Conveniênc­ia do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb-RJ) informou que, se não houver mudanças nas negociaçõe­s com grevistas que possibilit­em o reabasteci­mento, 80% dos 650 postos de combustíve­is do Rio vão ficar até hoje a noite com dificuldad­e para atender clientes.

O Coordenado­r do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da FGV, André Braz, explica que se o consumidor limitar o uso do carro e deixar de abastecer pode, além de não estourar o orçamento, pressionar postos a não aumentar os preços. “O estabeleci­mento que aumentou o valor vai ver que a procura vai diminuir. Então será mais jogo continuar com o preço mais baixo, mas com mais demanda”, concluiu.

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DANIEL CASTELO BRANCO Na Tijuca, motoristas enfrentara­m longas filas para abastecer em posto de combustíve­l ontem à tarde

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