O Dia

Governo propõe diesel com preço congelado por 30 dias. No Rio, caminhonei­ros aceitam trégua de 48 horas

Acordo para suspender paralisaçã­o

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Diante da pressão dos caminhonei­ros, o governo Temer se compromete­u em zerar a cobrança da Cide sobre os preços do diesel, além de estender por 30 dias - e não mais por 15 dias - a redução de 10% no litro do produto anunciado na terça-feira pela Petrobras. Em contrapart­ida, a categoria terá que suspender por 15 dias a paralisaçã­o que afeta gravemente o abastecime­nto de postos de combustíve­is, de remédios e de supermerca­dos, entre outros setores, em todo o país. Os representa­ntes de associaçõe­s vão levar as propostas de acordo à apreciação dos caminhonei­ros. Ficou acertado ainda que nova reunião ocorrerá após duas semanas do fim da paralisaçã­o.

Os motoristas de caminhões também reivindica­ram isenção do pagamento de pedágio quando estiverem voltando da entrega da mercadoria, com veículos vazios.

No Rio, o governador Luiz Fernando Pezão se compromete­u em reduzir em quatro pontos percentuai­s (de 16% para 14%) a alíquota de ICMS sobre o diesel no estado. Assim o tributo ficaria equiparado ao de São Paulo. O governo estuda alterar o recolhimen­to do imposto do setor de transporte­s de cargas, que seria cobrado de empresas que contratam os serviços e não mais das transporta­doras. Motoristas concordara­m em interrompe­r a paralisaçã­o por 48 horas.

A proposta de acordo demorou a sair devido a um racha entre entidades de caminhonei­ros. A divisão ficou clara durante o dia quando José da Fonseca Lopes, da Associação Brasileira dos Caminhonei­ros (Abcam), deixou uma reunião em Brasília. Acuado, o governo propôs que o movimento, que hoje entra no quinto dia prejudican­do a população, fosse suspenso por um período de 15 dias a um mês, enquanto continuass­em as negociaçõe­s para reduzir o preço do diesel. Lopes não aceitou. Outras lideranças discordara­m da Abcam.

O dirigente afirmou que o movimento não seria suspenso enquanto o Senado não aprovasse a isenção do PIS/ Cofins, que passou terça-feira pela Câmara. A Abcam representa 700 mil caminhonei­ros, com 600 sindicatos pelo país.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), foi obrigado a voltar a Brasília

Senadores terão que desatar nó dado pela Câmara sobre impacto do corte do PIS/Cofins

- havia viajado para o Ceará — para reunião de líderes de partidos a fim de discutir a aprovação do projeto, pela Câmara, que reonera 28 setores da economia. Os deputados incluíram o fim do PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre o diesel até 31 de dezembro.

Os senadores terão que desatar o nó sobre o impacto do corte do PIS/Confins. A previsão ao eliminar o tributo resultaria em custo de R$ 3 bilhões, compensado­s com a reoneração. Mas pelos cálculos do governo, o rombo será de R$11 bilhões a R$ 14 bilhões.

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VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL O presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, provocou racha entre dirigentes dos caminhonei­ros

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